Microsoft compra Skype por US$8,5 bi

Rumores recentes diziam que a Microsoft faria uma grande parceria com o grupo responsável do Skype. Não houve uma grande parceria, mas algo maior: a empresa anunciou a compra do Skype – o que está sendo reportado por todas as agências de notícias internacionais.

O acordo foi fechado em $8,5 bilhões de dólares, sendo o maior acordo de compra já feito por ela. O Skype havia sido comprado pelos donos do eBay por US$2,6 bilhões em 2006, mas 70% foi vendido para outro grupo em 2009.

Segundo algumas fontes, entre os compradores interessados estavam Facebook e Google, mas a MS acabou ganhando o “leilão” do Silver Lake (grupo de investidores responsávels pelo Skype). Ballmer falou que “o Skype é um serviço fenomenal amado por milhões de pessoas ao redor do mundo”. E mais: “Criaremos juntos o futuro das comunicações em tempo real, então as pessoas poderão ficar conectadas com a família, amigos, clientes e colegas em qualquer lugar do mundo”. A Microsoft pretende conectá-lo a outros serviços dela, provavelmente incluindo o Windows Phone 7.

Resta ver se as várias plataformas continuarão sendo suportadas; o fato de rodar em várias plataformas e dispositivos, mesmo sendo proprietário, é responsável por boa parte do sucesso do Skype. Uma pequena observação: a comunidade de software livre já não via o serviço com bons olhos, agora a coisa deve ficar pior ainda 😛

Aproveitando o tema, o Skype havia perdido a parceria que permitia que ele fornecesse números de telefone fixos no Brasil. Um post no blog oficial diz que já fecharam acordo com um novo parceiro, o GT Group (de São Paulo) e que os números online continuarão sendo fornecidos, precisam apenas de um tempinho para ajustar as coisas.

Mais detalhes sobre a compra
Carlos Morimoto

Bem que o Google e o Facebook tentaram, mas no final foi a Microsoft quem deu o lance mais alto, comprando o Skype por assombrosos 8,5 bilhões de dólares, em uma transação confirmada agora a pouco.

Anteriormente, o Skype pertencia ao Ebay, que não sabia bem o que fazer com o serviço e nunca o conseguiu fazer dar algum lucro. Pelo contrário, apesar da oferta de serviços com o Skype-in e o Skype-out, o serviço acumulava dívidas de US$ 686 milhões, que naturalmente foram saldados com folga usando parte do cheque da Microsoft.

Embora o Skype até hoje não tenha dado lucro, ele possui nada menos do que 663 milhões de usuários, o que o torna o serviço de telefonia mais utilizado, ultrapassando até mesmo as grandes operadoras de telefonia, que normalmente possuem apenas algumas dezenas de milhões de assinantes. O Skype é também baseado em um protocolo proprietário, que torna muito difícil a entrada de concorrentes. O Fring por exemplo conseguiu se integrar à rede do Skype, roteando as ligações, mas assim que o serviço começou a incomodar, foram desconectados pela Skype sem maiores satisfações.

Essa combinação de um número tão grande de clientes e de um protocolo fechado que garante um virtual monopólio sobre eles acabaram se revelando um prato saboroso para a Microsoft, que tem agora a chance de incluí-lo no Windows e tornar o serviço ainda mais popular, assim como fez com o MSN a pouco mais de uma década atrás.

Essa é uma má notícia para o Google, que vem investindo bastante em serviços de voz e também para operadores menores baseados no protocolo SIP, que podem enfrentar dificuldades caso a Microsoft consiga aumentar a participação do Skype. Quem usa o Skype no Linux ou no MacOS tem também motivos para se preocupar (risada maligna do Richard Stallman ao fundo) já que apesar da promessa da Microsoft de que “manterá o desenvolvimento dos clientes para outros sistemas”, fica claro que eles não receberão muito carinho.

Existe também a possibilidade de que a Microsoft tente invadir o ramo de telefonia, incluindo o Skype como parte do Windows Phone e tentando alavancá-lo como algum tipo de solução própria de telefonia (como no caso do Google Voice), mas eu pessoalmente considero esta uma ideia pouco provável (pelo menos nos próximos anos), pois geraria represálias por parte das operadoras, que tremem com a possibilidade de que serviços de VoIP as transformem em menos “canos burros”, oferecendo apenas serviços de dados com margens de lucro baixas.

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