Nokia teria recebido US$ 1 bi da Microsoft pela assinatura do pacto

Quando alguém vende a alma normalmente existe algum tipo de compensação financeira. Segundo um artigo da Businessweek foi exatamente isso que aconteceu no pacto entre a Nokia e a Microsoft.

A Microsoft teria pago 1 bilhão de dólares em dinheiro para que a Nokia adotasse a estratégia corrente, ajudando a desenvolver e promover smartphones com o Windows Mobile, juntamente com cooperação em diversos campos e outros benefícios, e em troca a Nokia passa a pagar um valor ainda não divulgado por cada licença do Windows Phoe usada, um valor que decrescerá ao longo do tempo conforma a Nokia colocar seu próprio dinheiro em projetos relacionados ao desenvolvimento do sistema. Em outras palavras, os royalties envolvidos garantem que a Microsoft deve eventualmente receber de volta o dinheiro investido, deixando a Nokia sem nenhum benefício real.

Antes de assinar o contrato, a Nokia estava também em negociações com o Google, que estava obviamente interessado em que a gigante adotasse o Android em vez do Windows Phone. O google também teria feito uma proposta financeira, mas a Microsoft acabou levando o peixe ao assinar o cheque com o valor mais alto. Este é um grande baque contra a imagem da Nokia, dando a entender que a escolha do sistema que será usado pela próxima década foi tomada apenas com base em um benefício financeiro imediato e não em fatores técnicos ou na usabilidade.

Embora seja muito dinheiro, 1 bilhão não é um valor suficiente para justificar a adoção de uma estratégia arriscada com a divulgada pela Nokia. De fato, poucos dias depois de anunciado o pacto, as ações da empresa caíram mais de 20%, um prejuízo várias vezes maior que o valor da negociação. Em seu primeiro evento para a imprensa, o atual CEO conseguiu reduzir o valor da empresa em um quinto, realmente um feito e tanto.

Para a maioria das pessoas, o principal arguento a favor dos telefones da Nokia é a boa construção e o fato de eles funcionarem muito bem como telefones e comunicadores. Grande parte disso é derivado de a Nokia er sempre investido pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, chegando a concentrar 19% do orçamento na área. Entretanto, na busca por maiores margens, os investimentos foram drasticamente reduzidos, caindo para 4.9% em 2010. Com a adoção do Windows Phone, novos cortes foram realizados, incluindo até mesmo a venda dos direios sobre o Qt para a Digia e a consequente desativação das unidades relacionadas ao desenvolvimento do Toolkit.

Com tantos cortes, a Nokia se arrisca a perder o grande diferencial de seus produtos, se tornando apenas mais uma fabricante a produzir telefones com o Windows Phone, sem grandes diferenciais frente aos concorrentes, que foi ironicamente o principal argumento para justficar a não-adoção do Android a um ano atrás.