A Intel está condenada? (2)

A Intel está condenada? (2)

Quando publiquei o artigo “A Intel está condenada?” muitos torceram o nariz para as minhas colocações, já que afinal a grande maioria está lendo este artigo sentado na frente de um PC e não existe nenhum indício de que eles deixarão de ser usados tão cedo.

Entretanto, o ponto central da pergunta não gira em torno de se os PCs continuarão a ser usados ou não, mas sim no percentual do mercado que os PCs representarão ao longo das próximas décadas frente a outros dispositivos e plataformas.

Não existem dúvidas que a Intel e a AMD continuarão a ser as forças dominantes dentro do mercado de PCs (principalmente considerando o fato de que o x86 é um conjunto de instruções proprietário, o que impede que outras empresas desenvolvam processadores compatíveis, por maior que possa ser a demanda), mas se os PCs responderem por apenas 10% do mercado de processadores, isso não será um grande mérito.

Originalmente, escrevi prevendo uma mudança em uma escala de 10 a 20 anos (em outras palavras, para um futuro distante), mas segundo um estudo da In-Stat isso pode acontecer bem antes do que se espera.

Segundo o estudo, os processadores para computadores pessoais (em outras palavras, os chips x86) representarão apenas 10% do mercado total de microprocessadores (TAM) já em 2014, engolidos pela enorme oferta de chips e SoCs baseados em outras plataformas, com destaque para os chips ARM.

O TAM (total available market) é um índice que mede o mercado total de microprocessadores (em dólares), colocando no mesmo saco todo o tipo de processadores e SoCs usados em todo o tipo de dispositivos, de celulares a servidores. A projeção de que os chips x86 terão apenas 10% deste mercado total não significa que os PCs serão mais ou menos usados, mas que eles se tornarão uma minoria, frente à uma invasão de tablets, smartbooks, media players, web TVs e inúmeros outros dispositivos. Uma outra forma de ver isso é que para cada dólar que será gasto em processadores para PCs, serão gastos 9 dólares em outros tipos de processadores, transformando a Intel na rainha de uma montanha que ficará cada vez menor.

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