Bluetooth

O Bluetooth é outro recurso básico, encontrado em qualquer aparelho atual, destinado a trocar arquivos entre o smartphone e o PC, compartilhar o acesso à web e conectar acessórios, como fones e teclados. Ele é um padrão para redes PAN, “Personal Area Network”, ou seja, uma rede de curta distância, usada para interligar smartphones e outros dispositivos de uso pessoal. Ele funciona como um “cable replacement”, uma tecnologia que permite interligar periféricos próximos, substituindo o uso de cabos.

A principal vantagem do Bluetooth é o baixo consumo elétrico, o que permite que os transmissores sejam usados em dispositivos pequenos demais para comportar uma interface wireless, como no caso de celulares, headsets, ou mesmo de teclados e mouses. Além de consumirem menos energia, os transmissores Bluetooth são muito mais simples e fáceis de produzir, o que faz com que sejam mais baratos do que placas Wi-Fi.

Hoje em dia, os transmissores Bluetooth são encontrados até mesmo nos smartphones e feature phones mais simples, de forma que ele deixou de ser um diferencial para se tornar apenas mais um recurso que damos como certo.

Do lado dos PCs, muitos notebooks (e alguns poucos desktops) já vêm com transmissores Bluetooth integrados. Nos demais, você pode usar um dos transmissores em miniatura, que hoje em dia são relativamente fáceis de encontrar em lojas online. O tamanho compacto permite que você deixe o transmissor instalado continuamente, como se fosse um transmissor interno:

Os transmissores Bluetooth são bem suportados nas distribuições Linux atuais, basta plugar para que ele seja detectado pelo sistema. No caso do Windows, é importante usar o XP SP2 ou mais recente, já que nas versões anteriores o suporte a Bluetooth é incipiente.

Temos aqui um adaptador USB desmontado. Ele é composto por dois controladores simples, acompanhados por alguns diodos e resistores, um cristal de clock (instalado do outro lado da placa) e um led. Para simplificar o projeto, uma trilha na própria placa é usada como antena:

Naturalmente, o baixo consumo e o baixo custo têm seu preço: o alcance é pequeno e a velocidade de transmissão é bastante baixa. O Bluetooth oferece uma velocidade bruta de 1 megabit, mas, devido ao overhead do protocolo de comunicação, a velocidade real (bits úteis) é de apenas 721 kbits em modo assíncrono (o modo de transmissão menos confiável) ou 432 kbits em modo síncrono. Temos ainda uma certa perda causada pelas retransmissões de pacotes perdidos (ou corrompidos devido a interferência), o que faz com que, na prática, as taxas sejam ainda mais baixas.

A baixa velocidade do Bluetooth o torna muito lento para uso em redes, mas ela é suficiente para suas principais aplicações, que são a conexão de periféricos e a transferência de imagens e pequenos arquivos entre o PC e o smartphone.

No Bluetooth 2.x (o padrão atual) foi introduzido o EDR, que multiplicou por três a velocidade de transmissão, chegando a 3 megabits brutos. Isso foi obtido através da mudança no padrão de modulação, do GFSK (Gaussian Frequency Shift Keying) para o PSK (Phase Shift Keying). Entretanto, é preciso que os dois transmissores suportem o padrão, caso contrário, a taxa cai para o 1 megabit do padrão original.

Existem dois tipos de adaptadores Bluetooth, que se diferenciam pela potência de transmissão. Os dispositivos classe 1 utilizam transmissores de 100 milliwatts, o que resulta em um alcance teórico de 100 metros, enquanto os dispositivos classe 2 utilizam transmissores de apenas 2.5 milliwatts, o que resulta em um alcance de apenas 10 metros. Em ambos os casos, o valor se refere ao alcance em campo aberto, pois, como o sinal do Bluetooth é muito fraco, ele é atenuado rapidamente por obstáculos. O sinal pode ultrapassar uma parede fina de alvenaria, permitindo que você consiga acessar seu celular que esqueceu na sala ao lado, mas não espere nada muito além disso. De uma forma geral, você tem uma boa conexão somente ao usar dois aparelhos dentro da mesma sala.

A segurança é garantida por um processo de autenticação, chamado de pairing (pareamento), onde você define um código de acesso (passkey) que precisa ser digitado nos dispositivos para criar a conexão. O pairing é necessário apenas para fazer a conexão inicial; a partir daí, ela se torna definitiva. Este sistema não é particularmente seguro, mas como o alcance dos transmissores Bluetooth é muito curto, ele é considerado aceitável.


Pairing em um Nokia E62

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X