O Apache pode ser dividido em duas grandes famílias: o Apache 2.x e o Apache 1.3 que, apesar de muito antigo, ainda é usado em muitos servidores. O Apache 2 trouxe muitas vantagens, sobretudo do ponto de vista do desempenho, além de oferecer novos módulos e mais opções de segurança, mas sua adoção foi retardada nos primeiros anos por um detalhe muito simples: o fato de ele ser incompatível com os módulos compilados para o Apache 1.3. Como os módulos são a alma do servidor web, muitos administradores ficavam amarrados ao Apache 1.3 devido à falta de disponibilidade de alguns módulos específicos para o Apache 2.
Conforme o tempo foi passando, mais e mais módulos foram portados, sem falar de novos módulos desenvolvidos diretamente para uso em conjunto com o Apache 2. Hoje em dia, o Apache 1.3 ainda sobrevive em muitas instalações devido à inércia natural que temos dentro do ramo de servidores, mas não existe nenhum bom motivo para usá-lo em uma nova instalação. O Apache 2 é simplesmente melhor em todos os quesitos.
Apesar disso, ainda existem casos de distribuições que continuam oferecendo as duas versões, de forma a satisfazer os dois públicos. No Debian Etch, por exemplo, o Apache 1.3 é instalado através do pacote “apache”, enquanto o Apache 2 (a versão recomendada) é instalado através do “apache2”. Entretanto, no Debian Lenny já está disponível apenas o Apache 2, assim como no CentOS, no Fedora e em outras distribuições.
Ao instalar o Apache 2, o suporte a SSL é instalado automaticamente junto com o pacote principal (mas ainda é preciso ativá-lo na configuração, como veremos a seguir). Instale também o pacote apache2-utils, que contém diversos utilitários de gerenciamento que usaremos a seguir:
# apt-get install apache2 apache2-utils
Se desejar ativar o suporte a páginas seguras, você vai precisar também do pacote “ssl-cert”, necessário para ativar o suporte a SSL e gerar os certificados. Ele não é instalado por padrão ao fazer uma instalação enxuta do Debian ou do Ubuntu:
# apt-get install ssl-cert
Se você estiver utilizando o CentOS ou o Fedora, instale o pacote “httpd“, que contém o Apache 2 e os utilitários:
# yum install httpd
Diferente do Debian, o serviço não será configurado para ser ativado no boot por padrão e nem mesmo inicializado automaticamente após a instalação. Para ativá-lo, é necessário ativar o serviço e, em seguida, criar os links para início automático usando o chkconfig
# service httpd start
# chkconfig httpd on
Seguindo os nomes dos pacotes, no Debian o serviço se chama “apache2”, enquanto no Fedora e no CentOS ele se chama “httpd”. Para reiniciar o servidor você usa, respectivamente, os comandos “/etc/init.d/apache2 restart” e “service httpd restart”.
Acessando o endereço “http://127.0.0.1“, você verá uma página de boas-vindas, que indica que o servidor está funcionando. Se não houver nenhum firewall no caminho, ele já estará acessível a partir de outros micros da rede local ou da internet:
Por enquanto, temos apenas uma versão básica do Apache, que simplesmente exibe arquivos html e executa scripts CGI. Por padrão, o diretório raiz do servidor Web é “/var/www” (no Debian) ou “/var/www/html” (no Fedora). Com isso, a página “http://seu.servidor/index.html” é, na verdade, o arquivo “/var/www/index.html” ou “/var/www/html/index.html”.
Como de praxe, o diretório raiz é definido através de uma opção dentro do arquivo principal de configuração (a opção “DocumentRoot”) e pode ser alterado caso desejado. Ao hospedar diversos sites no mesmo servidor, você define uma pasta raiz diferente para cada um. Como pode ver, a instalação do Apache propriamente dita é bastante simples, o grande desafio é configurar e otimizar o servidor, como veremos ao longo do restante deste capítulo.
Instalação a partir do código fonte: Muitos administradores preferem instalar o Apache a partir dos fontes, o que oferece um controle maior sobre os recursos que ficarão ou não ativos.
De uma forma geral, instalar a partir do código fonte só é uma boa idéia se você conhece muito bem o software e não está satisfeito com as opções de compilação usadas nos pacotes incluídos na distribuição. Além da instalação e da configuração inicial, você precisará também se preocupar com patches e atualizações de segurança, já que você não poderá contar com as atualizações disponibilizadas através do apt-get ou do yum. Ou seja, se você não está confiante de que vai ter o tempo e o conhecimento necessários para realizar um trabalho de manutenção melhor do que o realizado pelos mantenedores do Debian, Ubuntu, CentOS ou do Fedora, você estará melhor servido simplesmente usado os pacotes pré-compilados. 🙂
De qualquer forma, se você quer encarar o desafio, pode baixar o código fonte no: http://httpd.apache.org/. Lembre-se de que para instalar qualquer aplicativo a partir dos fontes, você precisa ter instalados os compiladores e bibliotecas de desenvolvimento.
Os passos básicos são descompactar o pacote, acessar a pasta que será criada e executar o trio “./configure”, “make” e “make install”, este último como root. Isso resultará em uma instalação padrão, onde todos os arquivos são instalados no diretório “/usr/local/apache2”. Para personalizar as opções (que seria o principal motivo de instalar a partir dos fontes, afinal), você deve passar as opções desejadas ao executar o “./configure”, como em:
$ ./configure –prefix=/etc/apache2 –exec-prefix=/usr –bindir=/usr/bin \
–sbindir=/usr/sbin –mandir=/usr/share/man –sysconfdir=/etc/apache2/conf \
–includedir=/usr/include/httpd –libexecdir=/usr/lib/httpd/modules \
–datadir=/var/www/ –with-mpm=prefork –enable-mods-shared=”rewrite”
Como pode ver, as opções incluem não apenas os diretórios de instalação, mas também os módulos que serão ativados e diversas outras opções de configuração. Ao instalar a partir do código fonte, a ativação e a desativação do servidor é feita usando o script “apachectl”, que substitui o “/etc/init.d/apache2” ou o “service httpd”, como em:
# apachectl start
ou:
# apachectl restart
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