Como baixar, gravar e dar boot

A forma mais popular de disponibilizar novas versões das distribuições é através de arquivos ISO, cópias binárias do conteúdo dos CDs ou DVDs de instalação, que você pode gravar usando o Nero, K3B ou outro programa de gravação, obtendo um CD idêntico ao original.

Um dos sites mais conhecidos com notícias sobre os lançamentos de novas versões e links para baixar até mesmo as distribuições menos conhecidas é o http://distrowatch.com/, que além dos links e notícias, mantém um abrangente banco de dados sobre as distribuições Linux ativas e também as inativas ou descontinuadas. Outra opção é o https://www.hardware.com.br/press/cd/, que abriga nossa pequena lista de distribuições recomendadas.

Como pode imaginar, disponibilizar ISOs de distribuições Linux para download exige muita banda, o que faz com que muitos desenvolvedores incentivem o download dos arquivos via bittorrent. Apesar disso, existem diversos mirrors públicos que oferecem as imagens para download direto, a maioria deles situados em universidades ou empresas de hospedagem. Alguns links de mirrors nacionais, onde você pode fazer um download rápido são:

Mandriva: http://mandriva.c3sl.ufpr.br/official/iso/
http://www.las.ic.unicamp.br/pub/mandriva/

Fedora: http://fedora.c3sl.ufpr.br/
http://www.las.ic.unicamp.br/pub/fedora/linux/releases/

Ubuntu: http://ubuntu.c3sl.ufpr.br/
http://www.las.ic.unicamp.br/pub/ubuntu-releases/

Kubuntu: http://www.las.ic.unicamp.br/pub/kubuntu/
http://ubuntu.c3sl.ufpr.br/releases/kubuntu/

OpenSUSE: http://mirrors.uol.com.br/pub/suse/distribution/

Debian: http://debian.c3sl.ufpr.br/

Slackware: ftp://ftp.slackware-brasil.com.br/

Quase sempre, você tem a opção de baixar a versão “x86” (que corresponde à versão tradicional, destinada a máquinas com processadores de 32 bits) e a versão “x86-64“, que é a versão compilada para tirar proveito das instruções de 64 bits suportadas pelos processadores atuais.

De uma forma geral, as versões de 32 bits são menos problemáticas, pois você pode simplesmente instalar qualquer aplicativo, biblioteca ou plugin sem precisar se preocupar em procurar uma versão de 64 bits do pacote. Mesmo que seu micro seja baseado em um processador Core 2 Duo, Athlon X2 ou outro processador de 64 bits, o uso das versões de 64 bits do sistema é inteiramente opcional, o que faz com que muitos prefiram simplesmente continuar usando as versões de 32 bits.

Ao contrário do que muitos pensam, usar um sistema de 64 bits nem sempre resulta em ganhos de desempenho. Pelo contrário, na maioria das vezes o desempenho acaba sendo inferior, pois o pequeno ganho derivado do uso das instruções de 64 bits e dos novos registradores acaba sendo negado pelo uso de endereços de 64 bits (que consomem mais memória) e pela necessidade de duplicar bibliotecas e outros componentes do sistema, o que é feito sempre que é preciso rodar binários de 32 bits dentro de um chroot em uma distribuição compilada para usar processadores de 64 bits.

A grande vantagem de utilizar um sistema de 64 bits não é necessariamente o desempenho, mas sim o suporte a mais de 3 GB de memória RAM. Todos os processadores de 32 bits possuem um limite “físico” de endereçamento, que limita a memória RAM suportada a um máximo de 4 GB. Destes, 1 GB é sacrificado para endereçamento dos dispositivos (veja mais detalhes no capítulo 4 do livro Hardware, o Guia Definitivo), o que, na prática, restringe o sistema a um máximo de 3 GB de memória RAM.

Com isso, a decisão entre usar uma distribuição de 32 bits ou de 64 bits se resume à quantidade de memória RAM que você pretende utilizar. Se seu PC tem até 3 GB de memória e você não quer esquentar a cabeça com problemas e incompatibilidades, o mais fácil é simplesmente usar a versão de 32 bits. Se, por outro lado, seu micro tem 4 GB ou mais de memória e você pretende que toda a memória seja realmente utilizada, então sua única opção é usar a versão de 64 bits.

Voltando ao básico, gravar um arquivo ISO é diferente de gravar um arquivo qualquer no CD. Um arquivo ISO é uma imagem binária que deve ser gravada bit a bit na mídia, e não simplesmente adicionado dentro de uma nova seção.

Ao usar o K3B, por exemplo, clique no “Ferramentas > Queimar imagem de CD” (ou “Ferramentas > Queimar imagem ISO de DVD”), aponte o arquivo, escolha a velocidade de gravação e clique em “Gravar”. Marque a opção “Verificar dados gravados”; ela verifica a mídia depois de concluída a gravação, avisando sobre erros de gravação:

Com o CD ou DVD gravado, falta apenas configurar o setup do micro para dar boot através dele. A maioria dos micros vêm configurados para dar boot preferencialmente através do CD-ROM. Nesse caso, basta deixar o CD na bandeja e você já cai na tela de boas-vindas do sistema. Se não for o seu caso, pressione a tecla DEL, F1 ou F2 (dependendo do fabricante) para acessar o Setup. Procure pela seção “Boot e coloque o CD-ROM como dispositivo primário. Feito isso, é só salvar a configuração usando a opção “Save & Exit setup”.

Ao reiniciar o micro sem o CD no drive, ele volta a carregar o Windows ou outro sistema que estiver instalado no HD. Esta alteração apenas faz com que ele passe a procurar o sistema primeiro no CD-ROM.

Um hábito saudável é verificar a integridade do arquivo ISO antes de gravar o CD. Sempre é possível que o arquivo esteja incompleto, ou venha corrompido por problemas com a conexão ou no gerenciador de downloads usado. Você pode detectar este tipo de problema (e evitar gastar mídias à toa) verificando o MD5SUM do ISO antes de gravar. Ele é um teste que soma todos os bits do arquivo e devolve uma “assinatura“, um código de 32 dígitos que permite detectar qualquer mudança no arquivo.

Os códigos de assinatura dos arquivos estão quase sempre disponíveis na página de download, como em:

ed6a5b3feb668866df812b1c2aed9d7f  openSUSE-11.0-DVD-i386.iso

Você precisa apenas rodar o MD5SUM no arquivo baixado e ver se o resultado é igual ao número da página. No Linux (qualquer distribuição), acesse a pasta onde o arquivo foi baixado e digite:

$ md5sum openSUSE-11.0-DVD-i386.iso

No Windows, baixe o programa disponível no http://www.md5summer.org/download.html, que é uma versão gráfica do utilitário.

Sempre que o arquivo estiver corrompido ou incompleto, o resultado do MD5SUM é diferente, o que permite detectar o problema. O MD5SUM é bastante sensível; a alteração de alguns poucos bits dentro do arquivo é suficiente para alterar completamente o resultado.

Outra dica é que você pode reparar downloads corrompidos usando o bittorrent de forma bastante simples. Procure o link para baixar o ISO via bittorrent e salve-o na mesma pasta onde está o arquivo corrompido. Ao iniciar o download, o cliente bittorrent detectará o arquivo e tentará continuar o download. Como o bittorrent trabalha baixando os arquivos em pedaços e verificando cada parte de forma independente, ele será capaz de reparar o arquivo, baixando apenas as partes danificadas, evitando que você precise baixar todo o arquivo novamente.

Caso ele crie uma pasta com um arquivo vazio, basta fechar o programa, mover o arquivo ISO para dentro da pasta (substituindo o arquivo vazio) e começar de novo.

Concluindo, embora os CDs e DVDs ainda sejam as mídias de instalação preferidas pela maioria, eles estão gradualmente perdendo espaço para os pendrives, que acabam sendo mais práticos em muitas situações, sobretudo no caso dos netbooks, que abandonam o uso do drive óptico em favor da portabilidade.

Muitas distribuições, incluindo o Ubuntu e o Fedora, já oferecem utilitários gráficos que permitem gerar um pendrive bootável (no Ubuntu, por exemplo, você usaria o “Sistema > Administração > Create a USB startup disk”) e, para as demais, está disponível o UNetbootin, um pequeno utilitário que permite gerar um pendrive bootável a partir do arquivo ISO do CD:

Ele possui versões para Linux e para Windows e está disponível no:
http://unetbootin.sourceforge.net/

Ele ainda não é compatível com todas as distribuições, mas a lista está crescendo rapidamente. Se você utiliza uma conexão de banda larga, existe também a opção de usar uma das opções de instalação via rede, onde ele copia apenas uma pequena imagem de boot para o pendrive e o resto do sistema é baixado através da rede ao iniciar a instalação.

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