Capítulo 9: Terminais leves com o LTSP

O LTSP, Linux Terminal Server Project, é uma solução mais usada para a criação de terminais leves com o Linux. Ele utiliza uma combinação de DHCP, TFTP, NFS e XDMCP para permitir que as estações não apenas rodem aplicativos instados no servidor, mas realmente dêem boot via rede, baixando todos os softwares de que precisam diretamente do servidor. Não é preciso ter HD nem CD-ROM nas estações, apenas um disquete (ou CD) de boot ou ainda um chip de boot espetado na placa de rede.

O boot é dado com a ajuda do Etherboot, um software minúsculo que permite que as estações dêem boot através da rede, obtendo todo o software a partir do servidor. O software é muito pequeno, apenas 35 ou 40 KB (dependendo do driver usado pela placa de rede), e é lido apenas uma vez, no início do boot. Por isso, mesmo ao usar um disquete, o boot é rápido e não existem muitos problemas com desgaste do leitor ou erros de leitura na mídia.

A maior parte das placas de rede, mesmo as Encore de 15 reais, traz um soquete vago para o encaixe de um chip de boot. Os chips são relativamente baratos, de 10 a 20 reais em média, mas você ainda precisará gravá-las com o Etherboot. Em geral, o aplicativo de configuração que vem no disquete oferece a opção de gravar a ROM, algo parecido com quando você atualiza o BIOS da placa-mãe. Caso isso não seja possível, ainda existe a possibilidade de procurar alguém que tenha um gravador de EPROMs. Como a maior parte dos gravadores de BIOS também grava ROMs de placas de rede, isso não é um grande problema hoje em dia.

A maioria das placas-mãe novas, com rede onboard, suporta boot via rede utilizando o protocolo PXE. O LTSP pode ser configurado para suportar este protocolo, facilitando muito a configuração. Nesses casos, você vai precisar apenas configurar o cliente para dar boot através da rede no setup, sem se preocupar com disquetes ou chips de boot.

Ao utilizar o LTSP, você deve ter instalados no seu servidor os pacotes relacionados ao KDE (ou Gnome), além de aplicativos como o OpenOffice, Firefox e outros, que ficarão disponíveis aos usuários. Ou seja, você deve fazer uma instalação “Desktop” da distribuição escolhida, ao invés de seguir o modelo minimalista que utilizamos ao configurar um servidor web.

Ao utilizar o Debian, marque as categorias “Desktop”, “Print server” (se você for utilizar impressoras) e “Standard System”. Se você for utilizar o Ubuntu, utilize a imagem padrão de instalação, ao invés da versão server.

É preciso também manter o ambiente gráfico ativo no servidor (mesmo que ele for ficar trancado, sem monitor), pois o KDM ou GDM (os gerenciadores responsáveis por exibir a tela de login) são necessários para que os terminais obtenham a tela de login do servidor. Ou seja, você deve instalar o sistema no servidor como se ele fosse um desktop que vá ser utilizado por alguém.

De início, deixe o firewall completamente desativado, pois o LTSP utiliza um conjunto de vários serviços, o que torna complicado ir abrindo as portas necessárias durante a configuração. É mais simples começar com um servidor desprotegido e adicionar as camadas de segurança desejadas depois que o LTSP estiver funcionando.

Verifique as regras de firewall ativas usando o comando:

# iptables -L

Caso perceba que existem regras ativas, use o comando que limpa a tabela do iptables:

# iptables -F

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X