Estabilizadores

Os estabilizadores surgiram na década de 1940, como um paliativo para os problemas com a rede elétrica, que prejudicavam a operação de aparelhos sensíveis, como rádios e TVs valvuladas. A função do estabilizador é, como o nome sugere, “estabilizar” a
corrente, compensando variações na rede elétrica.

Embora tenham sido muito usados até a década de 1970, os estabilizadores já caíram em desuso na maior parte do mundo. A principal exceção acabou sendo o Brasil, onde eles continuam sendo massivamente produzidos até os dias de hoje.

A principal função de um estabilizador é, como o nome sugere, “estabilizar” a corrente, absorvendo variações e entregando sempre 115V para o equipamento.

Os três problemas mais comuns são os brownouts (sub-tensão), surtos (sobre-tensão) e spikes (descargas).

Nos brownouts (também chamados de sags) a tensão cai durante um certo período, muitas vezes para 90V ou menos, o que pode ser causado tanto pela própria rede elétrica quanto pelo acionamento de um chuveiro ou outro aparelho elétrico que consuma
muita energia. A maioria das fontes são capazes de funcionar com uma tensão um pouco mais baixa, mas isso aumenta a corrente (amperagem), fazendo com que a fonte aqueça mais que o normal.

Os surtos são o problema mais comum, onde temos um aumento de até 100% na tensão, por um curto espaço de tempo. Os 110V da tomada se transformam em 150 ou 200V por algumas frações de segundo. Devido à sua curta duração, os surtos são
relativamente benignos, mas o estabilizador tem a tarefa de eliminar o risco, filtrando o excesso de tensão.

Finalmente, temos os spikes, que são descargas maciças, porém de curta duração. Eles surgem principalmente devido à ação de raios e queima de transformadores. Eles são especialmente perigosos, pois podem causar desde danos aos pentes de memória,
HD e outros componentes sensíveis, até queimar completamente o equipamento.

Infelizmente, quase todos os estabilizadores de 50 reais que temos no mercado nacional se enquadram nesta categoria, de forma que muitos simplesmente recomendam que o micro seja ligado diretamente na tomada (ou usando apenas
um filtro de linha), sem estabilizador.

Se a decisão for entre comprar um estabilizador de 50 reais de qualidade duvidosa e não comprar nenhum, então a melhor opção é economizar o seu dinheiro, afinal, “antes só do que mal acompanhado”. Nesse caso use um filtro de
linha, que oferece um nível mínimo de proteção, sem adicionar riscos. É interessante gastar também um pouco mais na fonte de alimentação, pois no final das contas é ela a grande responsável pela proteção do equipamento.

Entre usar um estabilizador (mesmo que de boa qualidade) e usar um aterramento adequado, o aterramento ganha sempre. Entre usar um estabilizador de qualidade duvidosa e usar um filtro de linha comprovadamente eficiente, o
filtro de linha também ganha.

Existe ainda o “módulo isolador” da Microsol. Embora ele seja muitas vezes oferecido como um substituto ao fio terra, ele é na verdade um estabilizador que utiliza transformadores isolados (combinados com um disjuntor nos
modelos mais caros). Ele oferece alguma proteção para PCs não aterrados e faz com que o gabinete do micro não dê choque, mas não substitui o aterramento. Ele é apenas um “quebra galho” para situações em que o aterramento é impossível ou inviável.

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