Rodando programas como root

No Linux, o usuário root é o deus do sistema, o único que tem acesso a todos os arquivos e configurações. Os usuários normais têm acesso apenas a seus arquivos dentro do diretório /home e outros para os quais você alterar as permissões manualmente.

Todos os programas salvam suas configurações dentro de pastas ocultas (o nome começa com ponto, como em “.kde), dentro do home do seu usuário. Isso faz com que cada usuário tenha suas configurações separadas, sem que possa interferir com as configurações de outros ou alterar as configurações padrão do sistema.

Isso torna o sistema bastante seguro contra barbeiragens em geral feitas pelos usuários. Como eles podem apenas alterar suas próprias configurações, na pior das hipóteses você pode deletar o usuário e criar outro. Você pode criar uma conta de usuário separada para cada pessoa que precisar user seu micro e ter certeza de que eles não destruirão a instalação do sistema e seus arquivos.

Nas versões recentes do KDE, existe uma opção interessante, que permite abrir uma segunda seção do X, onde é possível se logar com um usuário diferente. Para usar esse recurso, clique no “Iniciar > Trocar de Usuário > Bloquear a atual & Iniciar nova sessão”.

Como vimos no tópico sobre comandos, é possível também executar programas como root, usando o comando “su” e suas variantes.

Num terminal de texto, digite simplesmente “su” e forneça a senha de root. O símbolo do terminal muda de um “$” para um “#”, indicando que a partir daí, todos os comandos digitados (apenas nesse terminal específico) serão executados como root. Use isso sempre que precisar editar arquivos do sistema, mover arquivos ou mudar permissões, criar novos usuários, etc.

Para abrir os programas gráficos, a melhor opção é usar o “kdesu“, que exibe um prompt de senha gráfico e ajusta todas as permissões e variáveis do sistema de forma que o programa possa rodar sem sobressaltos.

Use o kdesu num terminal, ou usando o “Executar comando” do KDE (alt+F2), seguido do comando que será executado como root, como em “kdesu konqueror /etc”, o que abrirá uma janela do Konqueror, como root e já mostrando os arquivos do diretório “/etc”.

Muitas distribuições, como o Kurumin e o Ubuntu, usam o “sudo” como uma forma de facilitar o uso do sistema. O sudo é uma variante do su, que permite criar usuários “administrativos”, que podem executar comandos como root, sem precisar fornecer a senha.

No Kurumin, o usuário padrão, “kurumin”, vem configurado com permissão para executar qualquer comando como root, sem precisar fornecer a senha. Isso permite que os painéis e scripts de configuração funcionem diretamente, sem que você precise ficar fornecendo a senha de root toda hora, o que facilita sobretudo ao rodar do CD. Basta adicionar o “sudo” antes do comando, como em “sudo konqueror /etc”.

O Ubuntu usa uma abordagem mais conservadora, confirmando sua senha de usuário antes de executar o comando, mas em ambos os casos a configuração de quais usuários podem usar o sudo vai no arquivo “/etc/sudoers”.

A idéia é que você configure o sistema e instale todos os programas desejados e depois, se desejar, desative o sudo ou crie um novo usuário sem privilégios para uso normal do sistema.

Para que um determinado usuário tenha permissão para usar o sudo e, conseqüentemente, instalar programas através dos ícones mágicos e alterar a configuração do sistema, adicione uma nova linha no arquivo /etc/sudoers:

usuario ALL=NOPASSWD: ALL

… substituindo o “usuário” pelo login desejado. Você pode também comentar a linha referente ao usuário kurumin para tirar seus superpoderes, ou simplesmente criar outro usuário com seu nome e passar a usá-lo no dia-a-dia, deixando para usar o user kurumin apenas quando precisar instalar novos programas ou alterar a configuração do sistema.

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