Kurumin em micros antigos

A configuração recomendada para rodar o Kurumin a partir do CD, rodar o OpenOffice e assistir a vídeos em Divx é um Pentium II 266 com 256 MB de RAM. A configuração mínima para rodar o sistema com qualidade é um Pentium II com 128 MB.

Ao instalar o sistema no HD, o desempenho melhora e o consumo de memória cai um pouco, pois o sistema não precisa mais criar o ramdisk nem descompactar os dados do CD. Mesmo assim, não espere milagres, o sistema não vai ficar rápido no seu 486 só por
ser instalado no HD.

Embora o Kurumin possa “dar boot” até mesmo num Pentium 100 com 32 MB (caso exista memória swap suficiente), esta com certeza não será uma experiência muito agradável.

Uma dica importante é que o sistema precisa de no mínimo 128 MB de RAM para dar boot e carregar os aplicativos corretamente. Se você tem menos memória, apenas 96 MB ou menos, você vai precisar obrigatoriamente ter uma partição Linux Swap no HD.

O sistema precisa de uma certa quantidade de memória, dados que precisam ir para algum lugar. Se você não tem nem memória RAM suficiente, nem memória swap, o sistema simplesmente não tem onde armazenar os dados e acaba travando durante o boot. Você
pode criar uma partição swap usando o gparted ou cfdisk incluídos no Kurumin, ou mesmo usar o CD de instalação de outra distribuição Linux que ofereça algum utilitário de particionamento.

Mesmo que você não tenha o Linux instalado no HD, é recomendável deixar uma partição swap, mesmo que pequena reservada, pois não apenas o Kurumin, mas também outras distribuições que rodam a partir do CD são capazes de detectar e ativar a partição swap
no boot. Usando swap, o desempenho do sistema fica melhor (pois ele pode mover arquivos e bibliotecas que não estão em uso para a swap, mantendo mais memória livre para os programas).

Caso você tenha pouca RAM e ainda por cima não tenha uma partição swap disponível, o sistema se oferecerá para usar o arquivo de swap do Windows (se o HD estiver formatado em FAT 32). Esta é uma medida desesperada para permitir que o sistema pelo menos
consiga dar boot, mas como o arquivo de swap do Windows oferece um desempenho muito inferior ao de uma partição Linux Swap, o desempenho do sistema ficará muito abaixo do normal.

Apesar disso, mesmo usando a partição swap, o sistema vai ficar bem lento num micro com 64 MB de RAM ou menos. Existe uma forma mais rápida de dar boot pelo CD e instalar do que ficar esperando o KDE abrir. Inicie o sistema usando a opção “kurumin
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” abaixo na tela de boot.

Isso fará o Kurumin dar boot em modo texto (já logado como root), o que consome cerca de 18 MB de memória, dando boot pelo CD. Isso vai permitir que você consiga dar boot em um micro com 64 MB, mesmo antes de criar a partição swap.

O primeiro passo é particionar o HD, criando a partição onde o sistema será instalado, a partição swap e opcionalmente também a partição /home:

# cfdisk

Você pode ativar a partição swap sem precisar reiniciar com os comandos:

# mkswap /dev/hda2
# swapon /dev/hda2
(onde o /dev/hda2 é a partição swap criada)

Com a swap ativa, você pode começar a instalação. Ao invés de esperar o KDE carregar, você pode abrir um X “pelado”, sem gerenciador algum e por isso bem mais rápido de carregar, usando o comando:

# xinit

Com o X aberto, chame o instalador do Kurumin com o comando:

# kurumin-install

Depois de terminar a instalação, você pode aproveitar para desativar a abertura do KDE durante o boot.

Para fazer isso antes de reiniciar, monte a partição onde o sistema foi instalado e use o comando “chroot” para abrir um terminal dentro dela:

# mount /dev/hda1 /mnt/hda1
# chroot /mnt/hda1
(onde o /mnt/hda1 é a partição onde o sistema está instalado)

Dentro do terminal do chroot, chame o:

# wmconfig

Use a opção que desativa o KDM e escolha o gerenciador de janelas padrão. Ao reiniciar, o login será feito em modo texto, tornando o boot mais rápido. Para abrir o modo gráfico, use o comando “startx“.

Naturalmente, ao deixar de usar o KDE, você abre mão de muitas funcionalidades, fazendo com que o sistema deixe de ser muito amigável. Se você quer uma interface simples, num micro para seu próprio uso, pode experimentar o Fluxbox, que já vem
pré-instalado no Kurumin. Você pode usá-lo direto do CD, usando a opção de boot “kurumin desktop=fluxbox”.

Se você precisa de uma interface que, além de leve, seja amigável, adequada para o usuário final, devo alertar que ela simplesmente não existe. Você pode obter resultados razoáveis personalizando o IceWM, mas depois de uma boa dose de trabalho. Uma
opção um pouco mais desenvolvida seria o Blanes, que no Kurumin pode ser instalado através do script “instalar-wm”.

O Blanes é uma espécie de “clone” da interface do Windows 98 (apenas a interface, sem os utilitários de configuração). Ele não é tão leve quanto o IceWM e o Fluxbox, mas com um pouco de trabalho pode oferecer resultados interessantes. Um alerta é que
(embora originalmente desenvolvido com base no IceWM) o Blanes é um pacote proprietário, que pode não ser gratuito em versões futuras e não possui garantias de continuidade. Pense duas vezes antes de basear algum projeto importante nele.

Mas, o conselho geral em se tratando de uso de micros muito antigos, para atender usuários finais, é usar o LTSP, ou outro sistema de acesso remoto, ao invés de tentar rodar os aplicativos localmente. É possivelmente a única solução que oferece uma
solução realmente utilizável e relativamente rápida de instalar mesmo ao usar micros Pentium 100 ou 486.

No Kurumin, você pode instalar o LTSP através do ícone mágico do Kurumin Terminal Server. Ele automatiza a maior parte de instalação, transformando-a em um procedimento muito simples. Use um micro novo, ou pelo menos um micro com uma configuração
razoável, como servidor e você terá um bom desempenho em todos os terminais.

Existe uma lenda dentro do mundo Linux, que diz que o Gnome é uma opção mais leve que o KDE e pode ser usado mesmo em micros antigos. Isto era mais ou menos verdade na época do Gnome 1.4, mas é completamente falso atualmente. O Gnome 2.10 ou 2.12
consome mais memória que o KDE, a única vantagem é que o carregamento é um pouco mais rápido.

O Kurumin usa uma configuração bastante otimizada para o KDE, o que aumenta a diferença. Entre as distribuições atuais, que usam o KDE ou Gnome como padrão, as únicas que rivalizam com o Kurumin em termos de consumo de memória são o Slackware (e
derivados) e o próprio Debian.

Você pode instalar o Gnome no Kurumin através do comando “apt-get install gnome-core”. Muita gente acha a interface do Gnome mais simples e mais fácil de aprender, mas, do ponto de vista do desempenho, o KDE leva vantagem.

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