Gerenciamento de pacotes e repositórios

Assim como todas as inúmeras outras distribuições derivadas do Debian, o Ubuntu utiliza o apt como gerenciador de pacotes. Entretanto, para facilitar as coisas, o Ubuntu inclui também um conjunto de gerenciadores gráficos que, de certa forma, permitem juntar o melhor dos dois mundos.

O gerenciamento dos repositórios é feito através do “Sistema > Administração > Canais de Software”, que funciona como um configurador para o arquivo “/etc/apt/sources.list”, onde são especificados os repositórios que serão usados pelo sistema. Os pacotes oficiais são divididos em 5 repositórios:

main: O repositório principal, que inclui os softwares suportados oficialmente pela equipe do Ubuntu. Este repositório inclui um número relativamente pequeno de pacotes, incluindo os pacotes do GNOME (e os outros softwares instalados por padrão), os pacotes de internacionalização e alguns poucos pacotes adicionais. É basicamente o mesmo conteúdo da versão em DVD.

restricted: Este repositório inclui os drivers da nVidia, da ATI e alguns módulos adicionais para o kernel (agrupados no pacote “linux-restricted-modules”) que possuem o código-fonte fechado, ou possuem restrições com relação à modificação ou distribuição. Agrupá-los em um repositório separado foi a solução encontrada pela equipe do Ubuntu para poder distribuí-los como parte da distribuição.

Estes drivers são gerenciados de maneira automática pelo gerenciador de drivers restritos (“Sistema > Administração > Drivers de hardware”) que se encarrega de detectar os componentes e perguntar se você deseja ativar os drivers correspondentes.

universe: Como o nome sugere, o Universe inclui quase todos os demais pacotes, um conjunto que ultrapassa a marca dos 20 GB de arquivos. Ele é basicamente um snapshot do repositório do Debian Unstable, que recebe uma rodada de testes e correções antes de ser disponibilizado ao público. A grande diferença em relação aos pacotes do repositório main é que eles não são oficialmente suportados pela equipe de desenvolvimento; são apenas oferecidos como um extra. A maior parte do trabalho de manutenção do repositório Universe é feito por voluntários, incluindo aí o trabalho realizado pela equipe do Debian.

multiverse: É uma derivação do Universe, que agrupa softwares distribuídos sob licenças “não livres”, que possuam alguma restrição com relação à modificação ou distribuição. Inclui diversos codecs, emuladores, plugins, programas diversos e até mesmo alguns drivers de impressora. Assim como no caso do restricted, o multiverse foi criado para permitir que estes pacotes pudessem ser incluídos na distribuição, sem que “contaminassem” os repositórios principais.

partner: Este é um repositório mantido pela Canonical (sem relação direta com o Ubuntu) para disponibilizar componentes licenciados. Ele inclui o “adobe-flashplugin”, que instala o suporte a flash no Firefox e pacotes de documentação para alguns codecs comerciais vendidos no http://shop.canonical.com.

Além das questões filosóficas, a divisão permite que os repositórios sejam seletivamente desativados. Você pode imaginar, por exemplo, o caso de uma empresa onde a equipe de TI tenha decidido utilizar apenas os pacotes do repositório main, juntamente com alguns outros pacotes específicos, para prevenir o aparecimento de problemas.

Em situações normais, você simplesmente mantém todos os repositórios ativados, com a possível exceção dos repositórios com o código-fonte, que são úteis apenas para quem está interessado em compilar seus próprios pacotes:

Você pode também escolher entre baixar os pacotes dos servidores principais (archive.ubuntu.com) ou usar os servidores do Brasil (br.archive.ubuntu.com) que costumam ser mais rápidos. Por default, o instalador utiliza também os pacotes do CD-ROM de instalação, que inclui alguns pacotes extras que não são instalados juntamente com o sistema.

O que o gerenciador faz é simplesmente ativar ou desativar as linhas correspondentes dentro do arquivo “/etc/apt/sources.list” conforme você altera as opções, exatamente o mesmo que você faria ao editar o arquivo manualmente. As linhas referentes aos repositórios principais dentro do arquivo são:

deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid main restricted
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid universe
deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid multiverse
deb http://archive.canonical.com/ubuntu intrepid partner

Para cada um destes repositórios, está disponível também uma linha iniciada com “deb-src”, que corresponde ao repositório com o código-fonte dos pacotes.

Apesar de parecerem complicadas, estas linhas são bastante simples. Tudo começa como “deb”, que indica o início da configuração de um repositório. Em seguida, vai o endereço, a pasta com a versão e a sub-pasta com os arquivos do repositório específico. Os repositórios são acessados via http, você pode inclusive acessá-los pelo navegador.

Uma dica para quem gosta de arrumação é que você pode agrupar linhas com repositórios dentro da mesma URL, separando-os por espaço. Em vez das 4 linhas anteriores, você poderia usar apenas:

 deb http://archive.ubuntu.com/ubuntu/ intrepid main restricted universe multiverse
deb http://archive.canonical.com/ubuntu intrepid partner

O “intrepid” em cada linha especifica a versão do Ubuntu em uso. Ao atualizar do 8.10 para o 9.04, por exemplo, o “intrepid” em todas as linhas seria substituído por “jaunty”. Aqui vai uma lista rápida dos nomes e versões para referência:

warty: 4.10

feisty: 7.04

hoary: 5.04

gutsy: 7.10

breezy: 5.10

hardy: 8.04

dapper: 6.06

intrepid: 8.10

edgy: 6.10

jaunty: 9.04

Além dos repositórios principais, temos os repositórios adicionais, que são mantidos por equipes independentes. A principal função deles é oferecer pacotes que, por um motivo ou outro, não podem ser distribuídos através dos repositórios oficiais, como no caso da biblioteca libdvdcss2 (que permite assistir DVDs protegidos) e diversos codecs. O gerenciamento deles é feito através da segunda aba:

Por default, é incluído somente o repositório partner, que na verdade é utilizado apenas para distribuir o plugin do flash para o Firefox.

Você pode ter acesso a um grande volume de pacotes adicionais voltados para multimídia adicionando o repositório do Medibuntu, especificando o “http://packages.medibuntu.org/” como URL e “free non-free” no campo dos componentes, como no screenshot anterior. Isso equivale a adicionar a linha abaixo no sources.list:

deb http://packages.medibuntu.org/ intrepid free non-free

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