A era das APUs

A maior parte dos ganhos de desempenho que tivemos ao longo da evolução dos processadores surgiu como resultado da incorporação de mais componentes e não apenas do aumento da frequência de clock ou da sofisticação das
unidades de processamento.

O 486 foi o primeiro a incorporar cache L1 e o coprocessador aritmético, o Pentium foi o primeiro a usar uma arquitetura superescalar (mais de uma unidade de processamento), o Pentium Pro incorporou chace L2, o Athlon 64
trouxe um controlador de memória integrado, o Athlon X2 trouxe dois núcleos em um único die, o Phenom X4 dobrou a oferta com 4 núcleos e um cache L3 compartilhado e o Lynnfield incorporou as linhas PCI-Express e o que restava da ponte norte do
chipset.

Toda essa integração tem dois motivos centrais. O primeiro (e mais óbvio) é o aumento do desempenho, já que dentro do processador estes componentes podem operar a clocks mais altos e se comunicarem com outros componentes
através de trilhas muito mais curtas, reduzindo os tempos de espera.

A segunda questão tem a ver com as margens de lucro. Se um PC usa um processador AMD e um chipset nVidia, significa que cada uma ficou com uma parte do bolo. Se a AMD consegue incorporar todos os componentes dentro do
processador, pode cobrar um pouco mais por ele e ainda por cima se livra da concorrente. Mesmo em casos em que a AMD ou a Intel venderia também o chipset, incorporar os componentes no processador é vantajoso, já que sai mais barato do que fabricar dois
chips separados.

O termo “APU” significa “Accelerated Processing Unit” e é usado em relação aos novos processadores com chipsets 3D integrados. Quando falamos em chipsets 3D vem à mente uma solução de alto desempenho, como um GT200 (GeForce
2xx) ou um Cypress (Radeon HD 5850), mas a primeira geração de processadores com GPUs integradas oferecem GPUs mais modestas, criando uma opção intermediária entre os chipsets de vídeo integrado e as placas 3D mid-range.

Assim como nos chipsets de vídeo integrado, as GPUs integradas ao processador utilizam memória compartilhada, dividindo o acesso à memória RAM com o processador. Entretanto, eles possuem uma vantagem importante, que é o
acesso direto ao controlador de memória integrado, com tempos de acesso bastante baixos. Com o uso de memórias DDR3 e dual-channel, os PCs atuais dispõem de um barramento bastante largo com a memória, que permite o uso de GPUs relativamente poderosas.

Outro ponto importante é que com a GPU integrada ao processador, os upgrades de CPU ganham um atrativo adicional, já que além de mais poder de processamento, existe a possibilidade de aumentar também o desempenho 3D. Esta é
uma estratégia que pode dar bastante certo no caso da AMD, que tem uma tradição de preservar a compatibilidade com as gerações anteriores de placas-mãe ao lançar novos processadores.

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