Planos de dados: usando o celular como modem

Planos de dados: usando o celular como modem

Uma função presente na maioria dos aparelhos, mas ainda não tão bem explorada quanto poderia é a possibilidade de usar o celular como modem para acessar a web através do notebook. Graças ao bluetooth, você não precisa sequer tirar o celular do bolso, basta abrir o discador e ativar a conexão a qualquer momento. Se o celular não possuir nenhuma limitação relacionada ao software e oferecer suporte ao Bluetooth 2.0 (o padrão de 3 megabits), o desempenho é exatamente o mesmo que ao utilizar um mini-modem USB.

Não é preciso dizer que com a popularização dos mini-notebooks e das redes 3G, o uso do celular como modem deve se tornar cada vez mais comum, permitindo que você use o celular para tarefas rápidas e saque o notebook quando precisar fazer alguma coisa mais elaborada, juntando o melhor dos dois mundos. Acabou-se a época em que era preciso ficar caçando redes Wi-Fi abertas, ou pagar taxas extorsivas para se conectar em hotéis ou aeroportos enquanto estivesse em trânsito.

Na maioria dos aparelhos recentes, incluindo quase todos os Nokia atuais (com o S60) a conexão pode ser até mesmo usada simultaneamente pelo notebook e por aplicativos instalados no celular, sem necessidade de fechar aplicativos ou ativar nenhuma função. Basta fazer o pairing entre o celular e o notebook.

O maior obstáculo em relação ao uso do celular como modem reside nos planos oferecidos pelas operadoras e não na parte técnica. Como o tráfego de dados pode ser usado para enviar e-mails e MSN (reduzindo o uso das caras mensagens SMS) e, com as redes 3G, pode ser usado também para realizar chamadas VoIP, as operadoras relutam em incluir tráfego de dados nos planos de voz. Um bom exemplo são os planos 3G da Claro. Mesmo no plano 3G 120, que custa R$ 98 mensais você tem direito a apenas 20 MB de tráfego de dados, com tarifa de R$ 6 por MB excedente. É como se você tivesse um carro grande e potente, mas que só rodasse 20 KM por mes.

A brecha reside nos planos de dados, onde você tem tráfego ilimitado por um valor mensal fixo. Você pode assinar o plano de dados comprando apenas o chip e usá-lo em seu smartphone, acessando a web do notebook, fazendo chamadas VoIP e usando todos os recursos de que tem direito.

Tanto a Claro quanto a Tim oferecem planos ilimitados com acesso a 1 megabit por R$ 99 mensais. Na Claro, existe a opção de pagar R$ 69 mensais pelo plano de 500 kbits, que acaba sendo o melhor custo-benefício para quem não pode gastar muito, simplesmente por que a velocidade da rede oscila e raramente é possível obter 1 megabit de velocidade por mais do que alguns segundos antes que a taxa de transferência caia. No plano de 500 kbits você tem um cap mais baixo, mas na média a velocidade acaba não sendo tão diferente assim.

Em ambas, a tecnologia é a mesma, o UMTS, de forma que o principal fator na hora de decidir entre uma ou outra é a qualidade do sinal e do serviço na área onde você mora.

Entrando nos detalhes técnicos, o UMTS suporta dois protocolos de transporte, o W-CDMA (não confundir com o CDMA, que é o padrão concorrente do GSM, usado pela Vivo) e o HSDPA, um protocolo mais recente, que reduz a latência e aumenta a taxa de download da rede. Usando o HSDPA como protocolo de transporte, o UMTS suporta taxas de 1.8, 3.6, 7.2 e 14.4 megabits (de acordo com a implementação usada pela operadora), com a velocidade real variando de acordo com a qualidade do sinal e o número de usuários conectados à mesma estação de transmissão. Assim como no ADSL e outras modalidades de acesso, as altas taxas do UMTS são limitadas pela operadora de acordo com o plano. Isso permite aumentar o número de assinantes suportados dentro de uma determinada estrutura e adiciona a possibilidade de cobrar mais caro pelos planos mais rápidos.

A grande limitação dos planos de dados é que os chips tem o sinal de voz desativado, de forma que podem ser usados apenas para a transmissão de dados, sem possibilidade de realizar chamadas. Você pode solucionar isso mantendo um segundo aparelho apenas para voz, afinal, ao usar um modem USB você precisaria carregar dois aparelhos de qualquer forma.

A Vivo utiliza uma tecnologia diferente na sua rede de dados, o EVDO. Existem duas versões do EVDO. A versão inicial (Rev 0) oferecia taxas de transferência de até 2.4 megabits, enquanto o padrão atual (Rev A) oferece 3.1 megabits. Embora o EVDO seja originalmente mais lento que o UMTS, a velocidade final depende mais da qualidade da estrutura de cada operadora, assim como as limitações de banda definidas. A Vivo também oferece um plano de dados ilimitado por R$ 99, o grande problema é que diferente da Claro e da Tim, você não tem como simplesmente retirar o chip do modem e usá-lo do celular, o que limita o uso no nosso caso.

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