Como escolher um SSD para o seu computador

Como escolher um SSD para o seu computador

Neste guia iremos ajudar você a escolher um SSD para incrementar a sua configuração. O SSD, unidade de estado sólido, não é uma novidade no mercado da informática tem alguns anos, mas devido as constantes atualizações de interface e tecnologias pode confundir o usuário no ato da compra. Ainda mais para aquelas pessoas que sempre tiveram o HD e estão cogitando passar para este outro tipo de unidade, que aos poucos vem caindo de preço e, consequentemente, se tornando mais popular. Vamos as dicas!

Os SSDs, ou Solid State Disk (disco de estado sólido), são unidades de armazenamento que apresentam grandes diferenças em relação aos discos rígidos convencionais. A primeira grande diferença é em relação a sua estrutura. Enquanto os HDDs, internamente, contam com partes móveis, uma verdadeira engrenagem, os SSDs adotam uma constituição completamente diferente. Ao invés de diversas partes moveis,  essas unidades  têm sua construção baseada em um circuito integrado, um PCB com elementos fundamentais para o seu desempenho, dentre eles, a controladora e a memória flhas –  também encontrada em outros dispositivos de armazenamento como pen-drives. Com esse layout diferenciado, o SSD consegue ter grandes vantagens em relação ao HDD, destaque para as velocidades bem mais elevadas de leitura e escrita e durabilidade.

Na imagem acima você pode conferir a diferença entre as duas unidades. Enquanto a unidade da esquerda (HDD) utiliza partes móveis ,formando essa engrenagem de funcionamento, a unidade ao lado (SSD) trabalha com uma placa de circuitos.

Essa diferença de construção tem um impacto muito grande no desempenho. Devido ao formato como as informações são lidas no HD – os dados dos discos (platter) mantidos ao centro são acessados em um ritmo mais lento do que os dados contidos nas bordas. Com os SSDs o tempo de acesso é uniforme por toda a unidade.

Os benefícios que você obtém ao trocar o HDD do seu desktop ou notebook para um SSD são inúmeros. Confira abaixo:

  • Com um SSD os tempos de acesso são reduzidos;
  • Como não há partes móveis, sua máquina não sofrerá com interrupções por causa de trepidações, por exemplo. O teste abaixo realizado pela Samsung mostra esta situação. A companhia colocou lado a lado um HDD e um SSD. O nível de resistência do SSD é bem maior que o do HD.

  • O SSD é bem mais leve e mais fino. Uma unidade de 2,5 polegadas com 7 mm, por exemplo, pode ser utilizada em um Ultrabook, portáteis super finos do mercado. O SSD se encaixa nas mais variadas configurações;
  • Menor consumo elétrico;
  • Os SSDs apresentam versões mais bonitas que os HDs, já que os fabricantes produzem cases especiais para suas unidades. Um exemplo é o modelo abaixo, lançado pela HyperX, a carcaça traz os tons laranja e preto.

 

Claro que nem tudo é perfeito, os SSDs também contam com alguns ônus que você deve considerar. Vamos a eles:

  • Custo por Giga mais elevado que os HDDs
  • Capacidade de armazenamento menor em relação aos HDDs. Enquanto com os discos rígidos você irá encontrar unidades de até 10 TB, em modelos para o consumidor final, o SSD tem capacidade máxima atualmente de 960 GB, e, devido ao seu altíssimo valor, a relação custo x benefício passa longe.

Pronto, agora que você está situado em relação a conceitos importantes do SSD vamos para as dicas de compra:

► Capacidade de armazenamento:

Esse com certeza é o primeiro ponto que chama a atenção da grande maioria das pessoas na hora de adquirir uma nova unidade de armazenamento, independente se é SSD ou HD. A dica aqui é bastante relativa porque isso depende do que o usuário está querendo com essa unidade em seu computador. Num primeiro cenário você poderia adquirir um SSD apenas para reduzir o tempo de boot, ou o carregamento de alguns programas. Neste caso, costuma-se adquirir unidades com capacidades menores, como versões de 32 GB, 64 GB, etc.

Agora para um armazenamento bruto, você pode adquirir opções maiores que passam da casa dos 500 GB, podendo chegar perto de 1 TB. Evidentemente, SSDs com grande capacidades de armazenamento são caríssimos, principalmente no Brasil. Uma outra dica, caso você queria uma unidade com maior capacidade, seria adquirir duas unidades separadas e fazer um RAID 0. Em vez de, por exemplo, pagar uma verdadeira fortuna em um SSD de 960 GiB, você poderia adquirir dois modelos de 480 GiB e realizar a técnica do RAID que irá unir a capacidade e desempenho das unidades transformando-as em uma logicalmente.

► Performance:

Esse chave para a passagem de um HD para o SSD. O único problema é a variedade de padrões oferecidos para o mercado de SSDs. Além da interface SATA, há também unidades SSD via conector M.2 e até por PCI-Express cada um tem suas particularidades e níveis de performance.

Além desse fator há outro muito importante que no que se refere a qual linha de SSDs você estará adquirindo. A Kingston, por exemplo , tem a linha V300 e V310, todos os modelos sob o nome HyperX. Você tem que ter cuidado em observar se o modelo que está adquirindo é da divisão mais simples ou destinada a gamers e entusiastas. Os SSDs da linha HyperX terão velocidades de leitura e escrita mais elevados, mas serão mais caros que os V300.

Como comparativo vamos pegar a unidade SSD V300 Series contra o HyperX Fury, dois modelos de 240 GB. No V300 a velocidade máxima de leitura é de até 450 MB/s, enquanto a velocidade de gravação é de até 400 MB/s. Já com o HyperX Fury a velocidade de leitura e de gravação é de até 500 MB/s

Vamos utilizar agora outro fabricante, a SanDisk, que também conta com uma grande variedade de SSDs no mercado. Como base, escolhemos o SSD SanDisk Ultra II contra o Ultra Plus. No Ultra II a SanDisk promete até 550 MB/s de leitura e 500 MB/s de escrita. Com o Ultra Plus a velocidade leitura e escrita declarada são as seguintes: até 530 MB/s e 290 MB/s, respectivamente.

Outro exemplo da HyperX é a linha  Savage vendida em quatro capacidades de armazenamento: 120 GB, 240 GB, 480 GB e 960 GB. Com velocidade de leitura de até 560 MB/s e 530 MB/s de gravação. O mais rápido atualmente utilizado a interface SATA III.

Quando for comprar um SSD, além do case bonitinho e das diversas informações que os fabricantes costumam frisar em relação as diferenças de um HDD para um SSD, atente-se aos números de leitura e escrita das unidades e compare a relação de preços entre eles.

Lembrando que tudo isso que mencionamos até agora refere-se ao padrão SATA, mas precisamente ao SATA revisão 3, ou popularmente conhecido como SATA III, que é a interface que começou lá com os HDDs e foi adotada também para os SSDs. Como a interface é a mesma, se a sua placa mãe possui portas SATA III você pode facilmente passar de um HD para um SSD.

Claro que nem todas as placas-mãe possuem portas SATA III, as mais antigas apresentam as revisões anteriores como SATA I e SATA II. Para o SSD é de suma importância que seja utilizado em uma porta SATA III, com a seguinte recomendação: conecte na porta SATA que é controlada diretamente pelo chipset e não por chips de terceiros que são colocados junto com as do chipset, uma forma da entregar portas extras para conexão. Alguns testes já comprovaram que ao conectar o SSD em portas que são controladas por chips de terceiros, como os da ASMedia, muito encontrado em diversas placas-mãe, o desempenho é um pouco menor em relação as portas provindas diretamente pelo chipset.  Para saber quais portas correspondem ao chipset e ao controlador de terceiro consulte o manual de sua placa mãe.

Voltando aos padrões de conexão. Com a popularidade dos SSDs diversas versões, com outros fatores de forma, começaram a surgir. O novo padrão que começa a emergir no mercado é o SATA M.2, desenvolvido a partir das especificações do SATA Revisão 3.2. Originalmente era conhecida como NGFF (Next Generation Form Factor) e depois formalmente renomeada para M.2 em 2013. Muitas pessoas ainda se referem ao M.2 como NGFF.

O pequeno formato da M.2 se aplica a muitos tipos de placa adicionais, como Wi-Fi, Bluetooth, navegação por satélite, Near Field Communication (NFC), rádio digital, Wireless Gigabit Alliance (WiGig), Wireless WAN (WWAN).

Mas vamos ao que interessa, por que adotaram um novo formato? O M.2 foi criado justamente para reduzir o tamanho do SSD. O fator de forma do M.2 permite que os fabricantes de computadores adotem uma SSD em formato vertical, mais compacto, apto e integrar dispositivos mais finos.

Diferentemente dos SSDs convencionais, o M.2 não necessita de cabos, ele é conectado em soquetes M.2 presentes em alguns modelos de placa-mãe. Recentemente fizemos a análise da placa-mãe ASUS X99-Deluxe que conta com um conector M.2.

Para usufruir do M.2, através do seu conector ou por um adaptador PCI-Express adicional que conta com uma entrada para o SSD, é necessário que sua placa-mãe conte com o chipset Z97 da Intel ou AMD FX 990. Alguns notebooks também já contam com conectores M.2.

Os SSDs M.2 apresentam diferentes tamanho. As versões são as seguintes: 22 mm de largura x 30 mm de comprimento, 22 mm x 42 mm, 22 mm x 60 mm, 22 mm x 80 mm e 22 mm x 110 mm. As placas são denominadas segundo as dimensões acima: Os primeiros 2 dígitos definem a largura (todas de 22 mm) e os dígitos restantes definem o comprimento – de 30 mm até 110mm. Assim, as unidades SSD M.2 são especificadas como 2230, 2242, 2260, 2280 e 22110.

Não podemos esquecer é claro do mSATA, primeiro padrão nesse processo de miniaturização dos SSDs, mas com uma grande diferença: o mSATA suporta apenas SATA e não as conexões via PICe que o M.2 atende.

Em termos de performance, como o M.2 utiliza o padrão SATA ele tem as mesmas limitações que são provindas dessa tecnologia. Mas devido a sua portabilidade um SSD M.2 pode ser conectado em uma placa PCI-Express específica que faz com o desempenho suba e muito, já que o PCIe apresenta velocidades bem maiores que o SATA.

Com um SSD M.2 via PCI-Express a velocidade de leitura chega até 1400 MB/s, enquanto a escrita pode alcançar 1000 MB/s. Algumas marcas como a Kingston já vendem alguns conjuntos que envolvem o SSD M.2 junto com a placa PCIe X4.

Toda essa transição do SATA para o PCIe foi possível graças a tecnologia NVME que permite conectar SSDs a portas PICe. Inicialmente direcionada ao setor corporativo, mas que já está disponível ao consumidor final.

No inicio do mês a Intel lançou um SSD baseado em PCIe geração 3 x4, alcançando velocidades ainda mais impressionantes. Com o NVME 750 da Intel a velocidade de leitura é de até 2.400 MB/s enquanto para gravação é de 1.200 MB/s.

Alongamos esse fator da performance para mostrar pra você o avanço que os SSDs vem conquistando ao decorrer do tempo e quanto mais novas tecnologias vão chegando, as anteriores vão ficando mais baratas, o que possibilita que mais usuários possam entrar nesse mundo dos SSD.

►Kits de instalação:

Alguns fabricantes, como Kingston e Toshiba, oferecem seus SSDs em versões com kits de instalação, muito úteis porque acompanham acessórios que permitem instalar um SSD de 2,5 polegadas numa baia de 3,5 polegadas, moldura para instalação de unidades de 7 mm, destinadas aos aparelhos ultrafinos, em baias de 9,5 mm. Alguns kits trazem até um software de clonagem de HD.

Infelizmente SSDs com esses ktis acabam encarecendo ainda mais o preço final do produto, mas é um ponto interessante a ser observado.

► Modelos Recomendados:

  • Kingston HyperX 3K
  • Corsair Neutron Xt
  • Seagate 600 Series
  • Samsung 850 Evo
  • Intel SSD 730 Series

 

Esperamos ter solucionados suas dúvidas em relação aos SSDs. Quando você for comprar terá uma nova unidade terá mais base sobre os pontos que devem ser considerados.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
Leia mais
Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X