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Por que o diploma não garante o futuro

#1 Por Quemel 27/09/2004 - 20:07
TRABALHO
Por que o diploma não garante o futuro

Priscilla Borges
Do Correio Braziliense


27/09/2004
10h06 - A situação profissional dos jovens brasileiros não é animadora: há cada vez mais desempregados no país. Dos 7,7 milhões de desempregados no Brasil, cerca de 3,5 milhões têm entre 15 e 24 anos. A taxa de desemprego nessa faixa etária (18%) representa quase o dobro da média do país (9,4%), de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2001.

E o quadro se repete no cenário mundial. O estudo Tendências Globais de Emprego para a Juventude, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado em agosto, mostrou que o fenômeno acontece nos quatro cantos do globo. Na última década, a juventude — que representa 25% da população economicamente ativa — foi afetada sensivelmente pelo desemprego. Hoje, existem 88 milhões de pessoas jovens sem trabalho: 46% dos desempregados no mundo.

Enquanto a população jovem cresceu 10,5% no período (atingindo mais de 1,1 bilhão de pessoas), as oportunidades de trabalho para ela só aumentaram 0,2%, totalizando 526 milhões de postos. Segundo a OIT, os que mais sofrem com essa realidade são habitantes dos países em desenvolvimento.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo, Márcio Pochmann, nunca houve uma crise tão acentuada. ‘‘A economia precisa crescer para comportar os 2,2 milhões de trabalhadores que ingressam por ano no mercado de trabalho’’, afirma.

Canudo não basta
O diploma de curso superior já não garante emprego. O número de ocupados com ensino superior, entre 1992 e 2001, segundo a PNAD, cresceu 62%. Contudo, houve um crescimento de 121% no número de desempregados e de 77% no de inativos com essa escolaridade. A oferta de vagas não acompanhou o crescimento da demanda. Não existem postos de trabalho para todos os formandos (são 466.260 por ano). O déficit de vagas chega a 820 mil.

A disputa por cada vaga é acirrada. Na Rhodia, 27 mil candidatos se inscreveram para pleitear 70 vagas de estágio. Edmar Pedrosa, gerente de planejamento e desenvolvimento de recursos humanos da empresa garante que são selecionados os melhores.


Aquela velha idéia de que só eram contratados os egressos de instituições renomadas já caiu por terra. Nenhuma empresa está preocupada com o nome da universidade de origem do candidato a uma vaga de trabalho. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa de Mercado (Ibrapem) mostrou que esse quesito não tem importância para os empregadores. Foram entrevistadas 16 empresas de Brasília e São Paulo.

O que conta é a exigência da vaga: cursos e experiência profissional. O perfil cultural e emocional também foi apontado como fator decisivo. Um aspecto que chama a atenção na pesquisa: uma empresa da capital afirmou que prefere contratar profissionais de fora. ‘‘A reclamação é que os estudantes de Brasília se preocupam mais em obter um diploma do que com a qualidade da graduação’’, afirma a representante do instituto, Solange Capozzi.

Por isso, uma dica importante aos estudantes. ‘‘O aluno deve se dedicar aos estudos, independentemente da faculdade. Se ele se empenhar e aproveitar todas as oportunidades oferecidas, será um profissional diferenciado’’, aconselha Solange.


ESCOLARIDADE E TRABALHO
Total de jovens de 15 a 24 anos - 33,2 milhões
Só estudam - 24,7%
Estudam e trabalham - 18,7%
Estudam e procuram trabalho - 5,2%
Só trabalham - 32%
Só procuram trabalho - 5,9%
Não estudam, não trabalham nem procuram trabalho - 13,5%
Fonte: PNAD, 2001


O mapa do desemprego juvenil

- 88 milhões é o número de jovens com idade entre 15 e 24 anos desempregados no mundo

- 3,5 milhões é o número de jovens com idade entre 15 e 24 anos desempregados no Brasil

- 18% dos desempregados brasileiros são jovens

- 121% representa a expansão de desempregados com nível superior entre 1992 e 2001

Leia outras matérias sobre o assunto no Correio Brasiliense. De hoje até 5ª feira.

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Qual sua opinião? Poste aqui. Os grifos são meus.
Responder
aylons
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#2 Por aylons
27/09/2004 - 22:36
Claro que só a instituição renomada não conta; mas o que eu vejo, para os formandos e recém formados, é uma grande preferência por quem sai de uma. Há sim, mais facilidade para quem acabou de sair de um curso de renome. Isso, naturalmente, decai exponencialmente (e por um expoente bem negativo) com o tempo de formado, mas para o começo da carreira, conta demais.

E afinal, se a pessoa não consegue um emprego logo depois de formado, ele continua sendo um profissional sem experiência, e a única coisa em seu curriculum continua sendo sua vida academica, e a instituição pela qual ele é formado é o que mais se destaca.

Para exemplificar, veja o caso dos cursos quadrimestrais da poli: nessa modalidade, o aluno passa tres anos estudando quatro meses e estagiando outros quatro, em tres ciclos anuais, e tem que fazer 4 ciclos de estágio até o final do curso. Apesar de poder repetir a empresa onde se faz o estágio, isso não é comum, e não se pode ir para o mesmo lugar do último estágio.

Ainda assim, e com toda a dificuldade do mercado, desde que começou esse sistema, nunca um estudante ficou sem estágio. As empresas contratam, mesmo sabendo que ele só poderá estar lá por 4 meses e não mais que isso. E, pelo que eu saiba, é sempre ou quase sempre remunerado. Na verdade, nunca conheci um amigo

Por outro lado, vejo gente em outras instituições, de mal renome, chegando ao final do curso correndo desesperados - e frustrados - atrás de qualquer vaga de estágio, algo muito difícil nesse mercado terrível retratado no texto acima.

Claro, repito: tudo isso vai ficando cada vez menos significativo conforme a experiência vai ganhando espaço no curriculum do candidato, e importância nos requisitos da vaga, mas para o começo da carreira, a instituição é, definitivamente, importantíssima.
Aquiles
Aquiles Super Participante Registrado
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#3 Por Aquiles
28/09/2004 - 09:15
pra ver como anuncios como aquele que um colega botou, dizendo que alguem solicitava pessoal vindo de faculdade de primeira é tão ridiculo como o kra que buscava por profissionai sde primeira

esta ai de por que tantos por cento vão de pessoas com 15 a 24 anos é palhaçada
quem é menor de 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 não pode trabalhar, obvio assim aumenta um monte pois todos os que tem 15 vão contar como inativos
tudo isto graças o FHC oh o glorioso FHC, que qdo o Collor era o "baita" presidente que todo mundo conhece ele era seu ministro da fazenda, que mudou com que quem tinha menos de 16 não podia ter carteira, antes istoi era com 14 anos
tomei no rab? por causa disto

bom depois disto não preciso dizer nada
de qual ParTido eu sou?nunca faça uma pergunta se vc já sabe a resposta

desculpem a minha menção política sobre o assunto, mas é que tá quase na hora da eleição e aqui a a coisa tá assirrada
desculpem mesmo :mrgreen: :mrgreen: oops.png
"The might arms of Atlas, hold the heavens from the earth"
Led Zeppelin Canção: Achilles Last Stand
Quemel
Quemel Super Zumbi Registrado
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#5 Por Quemel
02/10/2004 - 18:22
Caro Aquiles,

no problens big_green.png . Sei que suas críticas são quanto às idéias e não às pessoas. Minha opinião é de total concordância quanto ao tópico. As empresas não se importam se você se formou na USP ou na UNIP o que importa é que você faça o caixa da empresa "tilintar". Na experiência tenho encontrado excelentes profissionais do ponto de vista técnico, mas totalmente despreparados para o trabalho em equipe, respeito ao colegas ou adaptação a empresa. E geralmente são os que saem justamente da universidade classe "A".
aylons
aylons Geek Registrado
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#6 Por aylons
02/10/2004 - 19:34
As empresas não se importam se você se formou na USP ou na UNIP o que importa é que você faça o caixa da empresa "tilintar".


Mas isso é claro. Mas agora, como saber, olhando somente para o currículo, qual funcionário faz o caixa tilintar, qual é mais competente? Ora, a instituição vai fazer diferença, e muita, se os candidatosnão tem experiência, ainda.

Na experiência tenho encontrado excelentes profissionais do ponto de vista técnico, mas totalmente despreparados para o trabalho em equipe, respeito ao colegas ou adaptação a empresa. E geralmente são os que saem justamente da universidade classe "A".


Sim, isso acontece, é até bem freqûente. Há uma certa cultura de superioridade nessas instituições, issoé lamentável. Mas não se pode generalizar, de forma alguma, há muita gente que sabe muito bem tralhar em, e bem, em equipe saindo de lá. E as faculdades piores também não são excelentes em formar gente disposta a trabalhar em equipe, também, não...
Quemel
Quemel Super Zumbi Registrado
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#8 Por Quemel
03/10/2004 - 20:17
Caro Aylons,

as vezes dá dependendo do currrículo, pois o ideal é que esse CV fosse apresentado em forma de experiência e realizações. Posso ter um Doutorado em Fortran 77, é dai? O que isso fará diferença? Mas quando coloco que gerenciei um processo de outplacement com 36 profissionais programadores, migrando-os do mainframe para a plataforma cliente-servidor, ai é diferente para os Recursos Humanos.

Não posso emitir opinião com bases em juizos de valor, pois isso colocaria em risco minha credibilidade como Analista de Inteligência, e por isso por menor que sejam as pesquisas preciso de uma amostra mínima para emitir conclusões de uma população.

A pesquisa mostra isso pois usou uma amostra mínima de 400 questionários, onde se tem uma representatividade infinita. Outro dado interesante é que TAMBÉM um só diploma não garante mais emprego e os jovens estão partindo para o segundo.

O curso de Direito junto com o de Administração têm sido os campeões de escolha. E o perfil da informática aponta para a regulação do comércio eletrônico e carreiras gerenciais.

O espírito empreendedor encarando uma incubadora já seria de grande valia, mas o problema que as condições atuais do governo, tornam esse processo um suicídio profissional, já que de cada R$ 100, esse governinho te toma R$ 40 e nunca mais devolve.
aylons
aylons Geek Registrado
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#9 Por aylons
03/10/2004 - 22:15
Sim, mas isso para quem já tem experiência para mostrar (e quando o cargo exige). Mas e para adquirir essa experiência? Para conseguir estágios, entrar em programa de trainees? Não é que qualquer curso faça diferença, mas, fazendo algo na área que você pretende, o renome da instituição é sim, fiel na balança. Afinal, no começo da carreira, os curricula são muito parecidos, e a instituição renomada vai sim, fazer diferença.

Quanto a um diploma só, acho que nem dois ou três, enfim, nada garante nada. Eu mesmo, pretendo, e muito mais por gosto que por imposição do mercado, fazer um curso noturno de direito depois de acabar minha amada engenharia. Mas em uma instituição de renome, e muito menos para ter a marca USP no meu curriculum, e muito mais porque eu quero garantir um curso de qualidade, para ter realmente crescimento pessoal. E nisso, essas instituições fazem diferença, é só ver os resultados do exame de ordem da OAB.
FVM
FVM Geek Registrado
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#10 Por FVM
04/10/2004 - 12:41
Infelizmente o que acontece hoje em dia é que o curso superior se tornou o que o 2º grau era até pouco tempo atrás: requisito mínimo para se pleitear uma vaga em uma empresa, e até mesmo vagas para cargos do Governo, que aliás chega a ser sarcástico, um país que não dá a mínima para educação exigir nível superior dos candidatos. :roll: .
Este cenário acabou criando um negócio lucrativo para cursinhos e universidades particulares que criam cursos e vagas de forma exponencial, enquanto que a qualidade é deixada de lado seguindo um caminho inversamente proporcional a este crescimento quantitativo. E enquanto isso as universidades públicas continuam com a mesma quantidade de vagas.

Quanto ao estudante que se forma em uma Universidade de renome, eu concordo com o aylons que ele leva vantagem sim quando a competição é travada em "condições iguias", ou seja, quando ambos são recém-formados e sem experiência.

Acredito que o que vale mais hoje em dia para se conseguir um emprego é o NETWORKING. Através de contatos com pessoas que conhecem seu trabalho e sua integridade vc acaba encontrando o caminho mais curto para uma colocação em uma determinada empresa. Afinal, como o selecionador pode ter certeza que está sendo verdadeiro admitindo a responsabilidade direta com resultados como redução de custos da ordem de 20% em tal empresa ou então aumento de receita de 30% ? O que não está documentado não pode ser provado, não é assim que funciona?

Agora, quanto a afirmação de que o diploma não garante futuro, isso é totalmente verdadeiro, pois não faltam exemplos de profissionais sucesso de diversas áreas que não precisaram de um canudo para se realizarem profissionalmente. Um ótimo exemplo é a reportagem que saiu na Pequenas Empresas Grandes Negócios do mês de setembro, sobre o fundador da rede de cursos Microlins, que como formação profissional tem apenas curso técnico, mas hoje fatura alto. Mas isso é para os poucos que tem espírito empreendedor e conseguem encontrar algo que fazem por paixão e como consequência (não como finalidade) ganhar direido com esta atividade.
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