Uma breve análise do Ubuntu 11.04

Uma breve análise do Ubuntu 11.04
logo-dw

A look at Ubuntu 11.04

Autor original: Jesse Smith

Publicado originalmente no: distrowatch.com

Tradução: Roberto Bechtlufft

No dia 28 de abril foi lançado o Ubuntu 11.04, codinome “Natty Narwhal”, trazendo a nova interface gráfica Unity, melhorias no gerenciamento de pacotes e novos recursos para o Ubuntu One. Não é uma versão de suporte estendido, e conta com suporte até outubro de 2012.

Antes de baixar essa nova versão do Ubuntu eu tive a oportunidade de fazer algumas perguntas ao diretor de comunicações da Canonical, Gerry Carr, e ele falou sobre alguns dos destaques do novo Ubuntu.

Entrevista

Logotipo do UbuntuDW: Qual é o foco do Ubuntu 11.04? Quais tecnologias novas foram acrescentadas ou aprimoradas?

GC: O Ubuntu 11.04 é a concretização de aproximadamente três anos de trabalho, e são muitas as mudanças e melhorias que ele traz. A novidade mais expressiva é a migração para a nova interface Unity, que oferece uma experiência de usuário rica e intuitiva, mas também muito simplificada. Com o Unity, os usuários podem personalizar seus PCs adicionando e acessando aplicativos de uma maneira que já é familiar e se popularizou nos smartphones e tablets. A mesma interface do Ubuntu 11.04 pode ser usada em qualquer máquina, em qualquer tela; em netbooks, notebooks ou em desktops.

Nós nos inspiramos nas funcionalidades dos smartphones; começamos a nos afastar do conceito de árvores e ramificações (arquivos e pastas) e a nos aproximar de outro no qual os usuários podem escolher os aplicativos com um único clique e adicionar aplicativos clicando ou arrastando. O painel é o local onde oferecemos os aplicativos, as músicas e o vídeo, tudo em um único local onde eles podem ser descobertos instantaneamente. O recurso de pesquisa do 11.04 foi virado do avesso: adotamos a pesquisa como centro da interação do usuário com o PC. Com a nova interface, os usuários podem digitar algumas letras para localizar exatamente o que procuram da forma mais intuitiva possível. Isso resume bem o 11.04: um sistema que responde às intenções do usuário.

Com o serviço de nuvem Ubuntu One, os usuários poderão sincronizar, compartilhar arquivos e transmitir música tanto para o Android quanto para o iPhone. Os usuários do Android também serão capazes de importar contatos do Facebook e fazer uma sincronia completa com o Gmail.

A Central de Programas do Ubuntu também passou por uma atualização expressiva: o catálogo crescente de software agora inclui uma variedade maior de aplicativos e jogos, gratuitos ou pagos, e os usuários podem postar suas análises e dar nota para os programas. Fora que instalar novos programas ficou mais fácil do que nunca. A Canonical também criou uma demonstração gratuita na nuvem do Ubuntu 11.04, que os usuários podem acessar para experimentar o Ubuntu sem ter que baixar nada. Essa versão de avaliação estará disponível nas próximas semanas, no site Ubuntu.com.

Obviamente, o sistema oferece o mesmo ambiente seguro, estável e sem vírus, a mesma velocidade e a mesma compatibilidade com PCs, periféricos e dispositivos que sempre teve.

DW: O Unity é uma grande novidade. Por que migrar para o Unity? Os fãs antigos vão conseguir instalar e voltar para o GNOME?

GC: O Unity é mais um passo no caminho bem sinalizado que leva o Ubuntu, e consequentemente o software livre, à maior quantidade possível de pessoas. Para isso, temos que dar o nosso melhor, e oferecer uma alternativa real às experiências que os usuários podem obter em outras plataformas. Temos a certeza de que a maioria das pessoas que experimentarem o 11.04 vão gostar muito mais dele do que do paradigma ao qual estão acostumadas. A nova interface é diferente, é claro, mas essa diferença tem um propósito: fazer do Ubuntu um sistema mais intuitivo e realmente útil para o usuário. Existe a opção de voltar ao Ubuntu “clássico”, caso o usuário prefira.

DW: O Ubuntu gosta de fazer mudanças na interface (mudando botões de lugar, testando papéis de parede roxos e alterando barras de rolagem). Existe a preocupação de que o Ubuntu se torne estranho demais para as pessoas? Ou você acha que o Ubuntu está mostrando o caminho que outros irão seguir?

GC: O Ubuntu 11.04 traz consigo a oportunidade de desafiar e modificar o status quo. Ele representa uma chance de escolha individual que traz grandes vantagens em termos de visual, estilo e de operação do sistema.

Acreditamos que o 11.04 e todo o trabalho que foi realizado com a interface realmente proporcionem essa base de lançamento para que o Ubuntu alcance um público muito maior, e estamos fazendo tudo o que podemos para que esse salto seja o menos doloroso possível. Teremos demonstrações online, capturas de tela interativas e um tutorial simples e passo a passo para orientar o download e a instalação. Depois de serem expostos ao Ubuntu e especialmente à experiência que o Ubuntu 11.04 vai proporcionar a eles, temos a certeza de que milhões de pessoas vão escolhê-lo para rodar em seus Pcs.

Desde o início, nós sabíamos que precisaríamos trazer novidades que motivassem as pessoas a migrarem. O Windows é uma tecnologia tão enraizada, quase onipresente, que as pessoas nem param para pensar em alternativas a ele. Nas amplas pesquisas que a Canonical realizou (e que continua realizando), descobrimos que os usuários podem migrar para um sistema operacional de código aberto por diversos motivos, seja por causa de um computador de baixo desempenho ou por causa de um extremamente caro. Um aspecto cada vez mais comum da experiência do consumidor é o de perceber a insatisfação subjacente ao que já foi feito antes.

DW: O programa gratuito de envio de CDs ShipIt foi cancelado, mas parece que a Canonical ainda pretende levar CDs para os usuários finais de outras maneiras. Você poderia nos contar como a Canonical vai levar esses discos à comunidade?

GC: Vamos disponibilizar uma grande quantidade de CDs às comunidades locais do Ubuntu (ou LoCos) por meio de uma versão mais leve do programa ShiptIt. Estamos pedindo aos LoCos, que estão muito melhor situados do que a Canonical em muitos sentidos, que encontrem maneiras criativas de levar CDs a quem precisa deles. Além disso, todas que tiverem um CD são distribuidores em potencial, já que a cópia, a modificação e a redistribuição são livres. Também vamos continuar disponibilizando pacotes em nossa loja, que os venderá mais ou menos a preço de custo, mais o envio.

Todos que quiserem comprar e redistribuir CDs continuam sendo muito bem-vindos à loja da Canonical. As únicas mudanças são que ninguém vai precisar da aprovação oficial da Canonical e que não listaremos mais esses sites no ubuntu.com. Encorajamos as pessoas a continuarem promovendo o Ubuntu e fornecendo essa grande tecnologia em seus mercados locais.

DW: O Ubuntu geralmente é encarado como uma distribuição para desktops. Quais são as melhorias da nova versão na área de servidores?

GC: O Ubuntu 11.04 oferece oportunidades empolgantes para que as empresas aumentem a confiabilidade, a segurança e a gerenciabilidade do desktop, da nuvem e das implantações de servidores, desafiando o modelo tradicional de pagamento por licenças e assinaturas e abraçando a tecnologia de código aberto. A nova versão chega em um momento de crescente adoção do Ubuntu, e oferece diversas melhorias de relevância específica ao meio corporativo.

O Ubuntu Server 11.04 inclui o OpenStack “Cactus” como prévia tecnológica, podendo ser baixado dos repositórios de software do Ubuntu. O Ubuntu oferece a implementação mais integrada do OpenStack em um sistema operacional da atualidade, proporcionando às empresas que estão avaliando o OpenStack uma ótima oportunidade de avaliar a versão mais recente.

Nas implantações para desktops, o Ubuntu 11.04 oferece aos usuários corporativos a opção entre o Unity (uma interface nova e simplificada) e a interface do Ubuntu “clássico”.

DW: A Canonical recebeu críticas por manter fechado o código usado no servidor do Ubuntu One. Por que o código do servidor ficou fechado, e quando ele vai ser aberto?

GC: O Ubuntu One é um serviço disponível por meio de uma assinatura comercial, e não é essencial à utilização do Ubuntu. Por questões comerciais, decidimos não abrir o código usado no servidor. No momento essa decisão não está sendo reavaliada.

DW: Obrigado.

Sobre o Autor

Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X