A relação da intel com o atual mercado de PCs é claramente de “amor e ódio”

A relação da intel com o atual mercado de PCs é claramente de “amor e ódio”

Falar da atual fase negativa do mercado de PCs confesso a você já está ficando maçante, já que diversos dados inundam os principais sites de tecnologia mundo a fora. O mercado de PCs está naquela situação de que se o prejuízo foi menor do que o balanço anterior, como por exemplo os dados da IDC que apontam que o mercado de PCs caiu 4,5% no seguntro trimestre, menos pior que os 7,5% do ano passado, já é para sair pulando de alegria.

É claro que todo o mundaréu de empresas que dependem desse mercado sentem e continuarão sofrendo por isso. O efeito negativo passa desde a uma pequena loja de informática localizada na sua esquina até grandes corporações que ditam como a evolução do computador e seus componentes caminha, como a Intel por exemplo.

A relação atual entre a Intel e o mercado de PCs, que é um dos pilares para que a companhia fundada por Gordon Moore e Robert Noyce em 1968 alcançasse a posição em que está, é de grande amor e ódio. Amor porque esse mercado ainda é altamente representativo para suas finanças e ódio, devido a depedência direta e porque já é uma relação desgastada. A cada novo tomada de decisão  fica claro que a Intel quer se envolver profundamente com um novo parceiro que daqui alguns anos será o rei da atração: internet de todas as coisas.

Em abril de 2016 a Intel anunciou 12.000 demissões, afim de economizar cerca de US$ 750 milhões ao longo de 2016. O principal motivo para esse número expressivo de demissões é justamente a crise que se arrasta pelo mercado de PCs. Porém, além dos cortes de postos de trabalho, a declaração de Brian Krzanich, atual CEO da companhia chama bastante atenção:

“Nossos resultados ao longo do último ano mostram uma estratégia que está funcionando e uma sólida fundação para crescimento. Essas ações direcionam uma mudança a longo prazo para estabelecer ainda mais a Intel como uma líder no mundo smart e conectado.”

Estabelecer a Intel como líder no mundo smart e conectado é puramente dar um match na internet de todas as coisas, concentrar os esforços para esse segmento, que crescerá de forma vertiginosa, abrindo margem para que uma gama gigantesca de novos devices possam ser conectados à internet, e claro, permitindo que a Intel ofereça a estrutura para esse grande amontado de dados possam ser administrados

Essa posição pode ser facilmente observada no “círculo virtuoso de crescimento”, que é como a Intel chama o processo que está adotando atualmente. A conectividade fica em loop eterno, tendo no centro elementos como nuvem, data center, novos dispositivos, memória e FPGA.

Durante a publicação do seu mais recente recente relatório fiscal, novamente Krzanich fez questão de ressaltar o mercado de internet das coisas e centro de dados, dizendo que está prevendo que ao longo de 2016 o poder da companhia aumente nesses mercados. Já em relação aos PCs, o CEO diz que a Intel permanece cautelosa, sem muitas perspectivas.

Em relação aos números, o relatório aponta que Intel obteve uma receita de US$ 13,5 bilhões, durante o seguntro trimeste de2016, aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o lucro líquido foi de US$ 1,3 bilhão.

Porém mesmo com essa grande mudança estratégia a Intel depende e muito do seu laço amoroso e duradouro com o mercado de PCs. No ano passado por exemplo dos mais de US$ 55,3 bilhões em receita, US$ 32 bilhões foram pronevientes do segmento que envolve a produção de chips para computador.

E em 2016 esse mercado receberá novidades por parte da Intel, já que os processadores Kaby Lake, já estão sendo enviados aos fabricantes, então ainda em 2016 veremos computadores com essas CPUs. É interessante citar esses chips porque eles também fazem parte de uma nova estratégia, deixando de lado o conhecidissimo tick-tock, utilizado desde 2007, dando lugar a um processo de três etapas: processo, arquitetura e otimização.

Com esse novo conceito o processo de litografia se torna bem mais duradouro, e otimizado, como por exemplo os Kaby Lake que mantém os 14nm, que também são utilizados no Skylake e também no Broadwell, exatamente nessa ordem. Claro que essa mudança também está ligada a pressão nos ombros da Intel na busca pela redução do processo de fabricação tarefa que tem se tornado complicadíssimas. A próxima redução de litografia acontecerá nos Cannonlake com os seus 10nm.

Mesmos com a forte participação que o mercado de PCs ainda representa nos lucros da Intel, a companhia claramente está querendo criar raízes em mercado que tem uma perspectiva bem maior no futuro, como as soluções baseadas em nuvem. Nos seus primeiros anos de vida a Intel passou da produção de chips de memória para então criar o seu império com os microprocessadores. Não seria nenhuma supresa que agora a companhia continue trabalhando em microprocessadores, porém numa visão ainda mais ampla, onde a relação com qualquer novo dispositivo que no passado jamais seria pensada a sua integração com a rede seja agora bem-vinda.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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