A difícil escolha: netbooks, tablets e smartphones

A difícil escolha: netbooks, tablets e smartphones

Embora boa parte dos usuários considerem a escolha de um netbook como a mais óbvia, especialmente em virtude da possibilidade de contar com o bom e velho teclado, não podemos deixar de considerar as inovações dos tablets. Mesmo não dispondo de um teclado físico, estes últimos criaram uma nova categoria de dispositivos portáteis, onde o consumo de conteúdo multimídia é o seu principal foco. Então, por qual escolher: um netbook ou um tablet? Se por acaso ainda está com dúvidas, saiba que já existem dispositivos híbridos no mercado…

Dell Inspiron Duo: o netbook “conversível” da Dell.

Dell Inspiron Duo: o netbook “conversível” da Dell.

Acima, está o novo netbook “conversível” da Dell, chamado de Inspire Duo. Embora não seja um produto assim tão barato o quanto um netbook clássico, o Inspire Duo dispõe de uma CPU dual-core Intel Atom N550, 250 GB de armazenamento e 2 GB de memória RAM, uma configuração levemente acima dos netbooks os quais já conhecemos. E a sua grande sacada é o sistema de tela giratória, onde o LCD de 10″ é preso lateralmente na carcaça do equipamento. Se querem um netbook, basta utilizá-lo normalmente; mas, se precisam de um tablet, basta tão somente virar o LCD!

Asus EeePC T91, já “convertido” para tablet.

Asus EeePC T91, já “convertido” para tablet.

Apesar de ser interessante, o Inspire Duo não é o único da sua categoria: há tempos, os fabricantes tradicionais de netbooks já dispõem de produtos com a tela giratória, embora não utilizem o mesmo arranjo feito pela Dell. Dentre os mais populares, estão os modelos EeePC T91 e o T101MT (Asus), além dos modelos M912 e T1005M (Gigabyte). Embora tenha gostado da compactes do EeePC T91, o T1005M destaca-se dele por dispor da CPU Intel Atom dual-core N550, resolução de 1366×768 e a possibilidade de contar com o trio de conexões sem-fio Wireless/Bluetooth/3.5G. Notem que o sistema de base giratória é fixado diretamente na base do netbook, tornando a tela LCD totalmente conversível.

Sistema de base giratória do netbook/tablet.

Sistema de base giratória do netbook/tablet.

Apesar destas soluções já existirem há tempos, infelizmente ainda não caiu no gosto popular. Prova disso é que poderemos encontrar muitos netbooks disponíveis no mercado (mesmo no brasileiro), mas poucos deles dispõem desta capacidade de “conversão”. Comparados a um tablet clássico, tais netbooks híbridos geralmente são pesados e desengonçados, especialmente em virtude da necessidade de adaptar o teclado, o qual deve se situa logo abaixo da tela LCD. Então, seria interessante construção de netbooks com teclados destacáveis? Felizmente, a Always Innovating nos provou que sim…

Always Innovating Touch Book: é só destacar o teclado para transformá-lo em tablet.

Always Innovating Touch Book: é só destacar o teclado para transformá-lo em tablet.

Eis, o Touch Book, produzido pela Always Innovating. Na verdade, trata-se de um smartbook, pois o dispositivo conta com uma CPU ARM desenvolvida pela Texas Instrument (TI OMAP 3), rodando a 800 MHz. Ele dispõe de uma tela LCD de 10″, 512 MB de memória RAM e apenas 8 GB de armazenamento, que atualmente são consideradas especificações técnicas abaixo dos padrões atuais. Entretanto, a sua autonomia é de aproximadamente 10 horas, graças ao baixíssimo consumo da plataforma ARM. Observem que todos os componentes do smartbook se situam na mesma parte da carcaça, onde se encontra fisicamente o LCD; neste caso, o teclado se torna apenas um mero periférico, o que é algo bem óbvio, né? 😉

Notebook Panasonic Toughbook C-30: feito para aguentar pancada!

Notebook Panasonic Toughbook C-30: feito para aguentar pancada!

Embora sejam poucos, existem alguns modelos interessantes de netbooks e smartbooks (e até mesmo notebooks) que se transformam em tablets, disponíveis no mercado. À exceção do Dell Inspiron Duo e do Always Innovating Touch Book, a grande maioria dispõe da tradicional base giratória que fixam o LCD no dispositivo tal como conhecemos, oferecendo-lhes a flexibilidade necessária para realizar a transformação. Em geral, são netbooks e smartbooks que desejam se transformar em tablets. Mas o contrário também poderia ser feito? Eu diria que “mais ou menos”…

Suporte e teclado Bluetooth (Elecom) para tablets.

Suporte e teclado Bluetooth (Elecom) para tablets.

Em qualquer tablet que possua interfaces de conectividade como o USB e o Bluetooth, poderemos conectá-los em um mouse e um teclado. Assim, o dispositivo passará a trabalhar como se fosse um PC desktop, embora necessite de um suporte especial para mantê-lo em pé e inclinado na altura desejada. Por exemplo, a Elecom possui uma linha interessante de suportes para tablets e teclados Bluetooth, feitos especialmente para o iPad (sejam estes últimos verdadeiros ou não). Em outras circunstâncias, bastaria apenas um bom teclado Bluetooth com o mouse integrado, para obter basicamente o mesmo efeito! Mas ainda assim, não é uma solução lá muito elegante…

Que deselegante (Samsung Galaxy)...

Que deselegante (Samsung Galaxy)…

O que acho o mais interessante a ser observado nos novos tablets, é que eles são dispositivos que mais se aproximam dos smartphones a que dos netbooks: as CPUs são baseadas na arquitetura ARM, a quantidade de RAM geralmente se situa entre 512 e 1 GB, usam drives SSDs como unidades de armazenamento e os sistemas operacionais – como o iOS (Apple) e o Android (Google) – são as versões utilizadas em muitos smartphones, com algumas adaptações para que funcionem em tablets. Enfim, eles mais se parecem com smartphones de ITU, onde muitas vezes possuem especificações praticamente equivalentes. Se considerarmos esta lógica de raciocínio, os smartphones também estariam aptos a se transformarem em “netbooks”?

Motorola Atrix, conectado a um dock-station.

Motorola Atrix, conectado a um dock-station.

Foi o que a Motorola fez ao criar o Atrix, um smartphone com interface touchscreen e com dimensões consideráveis (LCD 4″, 960×540), que pode ser conectado a uma base (dock-station) e se transformar em netbook; ou ainda, ser conectado a uma base que lhe provê a conexão com outros periféricos de entrada e saída, como um teclado, um mouse e um monitor LCD. Bem, neste último caso, teremos praticamente um PC desktop completo, com potência o suficiente para as atividades básicas do dia-a-dia: acesso à Internet e editoração Office.

Novamente o Motorola atrix, desta vez conectado à periféricos de entrada e saída.

Novamente o Motorola atrix, desta vez conectado à periféricos de entrada e saída.

Uma vez, me disseram que num futuro não muito distante, haverá uma variedade interessante de sistemas computacionais, voltados para as mais diferentes classes de usuários e perfis de atividades. E por mais diferentes que fossem, cada um deles traria a computação pessoal à sua maneira, onde uns até poderiam substituir outros, dependendo do foco de uso. Pois bem: acredito que este futuro já chegou e tais dispositivos já se encontram disponíveis! O problema agora, será reconhecer “quem é quem” e “o quê faz o quê”… &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at]gmail.com>

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