Um Manual do Linux de uma única página

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Um Manual do Linux de uma única página
O que é possível escrever sobre o Linux em uma única página?

Este “mini manual” foi desenvolvido com o objetivo de ser uma leitura rápida para quem está instalando o Linux pela primeira vez e, claro, para responder à pergunta acima 🙂

O objetivo é fornecer um guia rápido, que permita aos usuários encontrar as respostas para as dúvidas mais comuns sem muito esforço. Este manual pode ser distribuído junto com CDs do Linux gravados, na falta dos manuais completos que acompanham as distribuições boxed, daí o objetivo de manter este manual com uma única página.

A idéia surgiu ao ver o “The one page linux Manual”, que inclui principalmente comandos do prompt e utilitários de configuração. Nesta versão nacional o foco principal é o uso da interface gráfica, resolução de problemas e informações básicas sobre o sistema.

Clique aqui para baixar o manual formatado em PDF:

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O manual em formato texto
O que é o Linux?

O Kernel do Linux começou a ser desenvolvido por Linus Torvalds nos anos 90 e acabou atraindo as contribuições de um enorme número de desenvolvedores espalhados pelo mundo. A versão atual do Kernel é a 2.4, enquanto a versão 2.5 já está em estágio avançado de desenvolvimento. As versões terminadas em números pares (2.0, 2.2, 2.4…) são as versões estáveis, prontas para uso, enquanto as versões ímpares (2.3, 2.5…) são versões de desenvolvimento, que não são completamente estáveis.

Além do Kernel temos inúmeros outros programas, mantidos por programadores autônomos ou empresas, que formam o que podemos chamar de “Linux” ou “GNU/Linux”.


O que é uma distribuição Linux?

Uma distribuição é um pacote com uma versão atual do Kernel, junto com um grande número de programas, um instalador, ferramentas de configuração, etc. As distribuições variam de pequenos conjuntos de programas, destinados a alguma aplicação específica a pacotões com vários CDs, destinados ao uso geral. A maioria das distribuições são mantidas por empresas, mas existem várias excessões, como por exemplo o Debian, que é inteiramente desenvolvido por voluntários.


Qual a diferença entre as principais distribuições?

Cada distribuição tem um público alvo diferente. O Mandrake e o Lycoris por exemplo, têm como principal objetivo a facilidade de uso e por isso são recomendados para usuários iniciantes no sistema.
O Slackware é o oposto, um pacote desenvolvido para usuários avançados, que desejam o máximo de opções e não têm medo de lidar com arquivos e scripts de configuração.
O Conectiva têm ênfase no mercado nacional, incluindo pacotes e configurações úteis para nós Brasileiros, enquanto o Debian tem como principal objetivo a estabilidade e o ideal de incluir apenas softwares livres.
Existem ainda mini-distribuições, como o Tomsrtbt e o Coyote linux, que cabem num único disquete e são dedicadas a tarefas específicas. O Coyote Linux por exemplo permite usar um velho 486 para compartilhar a conexão entre os vários PCs da rede. Você pode ver uma lista com todas as distribuições disponíveis em: http://www.linux.org/dist/list.html

O que é software livre?

A filosofia do software livre é a base do desenvolvimento do Linux. Significa que além de utilizar o programa você tem acesso ao código fonte e permissão para estudá-lo e alterá-lo conforme suas necessidades, desde que as alterações sejam devolvidas aos mantenedores do programa e outros usuários interessados.

É graças ao predomínio de softwares livres que as distribuições linux são quase sempre gratuítas, embora um programa não precise necessariamente gratuíto para ser livre. O programador pode perfeitamente cobrar pelo seu trabalho ou até mesmo pelo uso do programa, desde que o código possa ser visto e alterado.


Como acesso meu CD-ROM?

Digite “mount /mnt/cdrom” num terminal ou clique sobre o ícone do Cd no KDE. Para trocar o CD digite primeiro “umount /mnt/cdrom“. Muitas distribuições suportam o automount, um recurso que dispensa o usuário de digitar os comandos. O CD-ROM é acessado através da pasta /mnt/cdrom

Como acesso o drive de disquetes?

Em geral você precisará apenas monta-lo com o comando “mount /mnt/floppy” e desmontar com o comando “umount /mnt/floppy“. Para montar um disquete formatado no Windows, use o “mount -t vfat /dev/fd0 /mnt/floppy“.


Como altero a resolução do vídeo?

Na maioria das distribuições é preciso mudar para o modo texto, pressionando Ctrl + Alt + F2 e em seguida digitar “Xconfigurator“. No Mandrake o comando é o “mcc” que pode ser dado tanto em modo texto quanto num terminal dentro do modo gráfico. Se você estiver usando uma distribuição que não ofereça nenhum dos dois, experimente o “xf86config“.

Como instalo novos programas?

Existem basicamente duas maneiras. A primeira, e mais fácil é baixar o programa no formato .RPM, onde você precisará apenas clicar sobre o arquivo sobre o gerenciador de arquivos, ou usar o comando “rpm -ivh nome_do_arquivo.rpm” para instalá-lo.

Mas, muitos programas são distribuídos apenas em formato .tar.gz, um arquivo compactado que inclui o código fonte do programa. Para instala-los você deverá geralmente usar os comandos:

$ tar -zxvf arquivo.tar.gz

(descompacta o arquivo)

$ ./configure

(roda o script de configuração)

$ make

(compila o programa)

$ su <senha>

(para virar root)

# make install

(finalmente instala o programa)

Para instalar qualquer programa .tar.gz você precisa ter instalado o GCC, que aparece dentro da categoria “development” durante a instalação. Se esta é a sua primeira vez no Linux, é altamente recomendável marcar todos os programas dentro desta categoria, pois muitas vezes os programas precisam do GTK ou outras bibliotecas durante a compilação.

Depois de instalado o programa, basta chamá-lo num terminal. Leia o arquivo “install” ou o “read-me” incluído no pacote, ou disponível na página do programa para ver qual é o comando correto (geralmente é o próprio nome do programa). Por exemplo, para inicializar o Opera, você deve digitar “opera”. Para facilitar, crie um atalho para ele na interface gráfica.

Finalmente, alguns programas incluem instaladores gráficos, à lá Windows. Nestes casos você precisará apenas descompactar o arquivo e chamar o instalador, geralmente com o comando “./install.sh“. Exemplos desta categoria são o Star Office, o Netscape e o Quake 3 Demo.

Como acesso a internet?

Se você utiliza uma conexão de banda larga, onde a conexão com o modem ADSL ou cable modem é feita através da placa de rede, basta instalar a versão mais recente do Mandrake, Red Hat, Debian ou Conectiva, que já oferecem suporte nativo.

Durante a instalação na parte de configuração do sistema, indique o tipo de conexão (ADSL, Cabo, etc.). Se o serviço exigir autenticação, o que é mais comum atualmente, escolha a opção PPPoE. Configure com o login, senha e outros dados fornecidos pelo provedor e pronto.

Se você estiver utilizando uma distribuição antiga, experimente usar o “adsl-setup“.

Como instalo meu modem?

Se você utiliza um Hardmodem, ou um modem externo, basta abrir o kppp (basta digitar “kppp” num terminal”) configurar a conexão com o número do provedor, login e a porta COM utilizada pelo modem. Se você não souber, basta ir na tentativa e erro, afinal são apenas 4 portas 🙂

Mas, as coisas ficam bem mais complicadas se você utiliza um softmodem. Como estes modems fazem a modulação de dados utilizando o processador, é necessário instalar um driver completo, e não apenas utilizar comandos AT como no caso dos Hardmodems. Acontece que fora a IBM nenhum fabricante de softmodems liberou o código dos seus driver e por isso eles não podem ser incluídos no kernel do Linux, nem podem ser aperfeiçoados pela comunidade. Resta-nos então os drivers fechados, oferecidos pelos fabricantes, que nem sempre funcionam adequadamente.

Os melhor suportados são os modems com chipset Lucent ou Agere. Os Motorola possuem suporte oficial apenas no Red Hat, enquanto os PC-Tel são bastante problemáticos. Você pode se informar sobre os drivers disponíveis no http://www.linmodems.org ou ler o meu tutorial no: https://www.hardware.com.br/tutoriais/063/

Como queimar CDs?

Use o X-Cd-Roast ou o Gnome-Toaster. Qualquer distribuição atual (Mandrake 8.2, Conectiva 8, Red Hat 7.2, etc.) inclui pelo menos um destes programas e é capaz de configurar seu gravador automaticamente durante a instalação.

Como ligar máquinas Windows e Linux em rede?

Você precisa utilizar o Samba. Certifique-se de ter instalado tanto o Samba quanto o Swat durante a instalação. Se necessário, habilite o serviço digitando “service swat start“.

Abra um navegador e digite: http://localhost:901/. Forneça a senha de root e você está dentro da configuração do Samba. Veja detalhes de como configura-lo em: https://www.hardware.com.br/artigos/servidor-aplicativos/

Minha placa de som não foi detectada durante a instalação…

Experimente instalar a versão mais recente do ALSA no http://www.alsa-project.org/ o pacote inclui drivers de som que não estão disponíveis nas distribuições. Você precisa baixar e instalar os pacotes Driver, Library e Utilities disponíveis no site.

Depois de instalado o ALSA, rode o “sndconfig“. Se mesmo assim a sua placa não for detectada, volte no site do ALSA, pois pode existir alguma receita para fazê-la funcionar.

Se a placa for detectada pelo sndconfig, mas mesmo assim o som continuar mudo, use o aumix para ajustar o volume do som. Basta chama-lo com o comando “aumix“. Se ele não estiver instalado, procure pelo pacote aumix-x.x-x.i386.rpm (onde o x.x-x é a versão) no CD da distribuição (está geralmente na pasta RPM) e instale-o.

O programa xxx travou…

Abra um terminal e digite “xkill“. O cursor do mouse virará uma caveira. Basta clicar sobre o programa travado para fecha-lo sem dó. Se por acaso o mouse e o teclado travarem, pressione ctrl + alt + esc para reinicializar toda a interface gráfica.


Como abir mais terminais gráficos?

Este recurso é bem interessante. Pressione Ctrl + Alt + F2 para mudar para o modo texto e digite “Xinit — :2“. Você verá uma tela cinza com uma janela de terminal. Agora é só chamar a interface gráfica que deseja usar: “startkde” abre o KDE, “gnome-desktop” o Gnome, “wmaker” o Window Maker, “blackbox” o Blackbox e assim por diante.

Para voltar ao primeiro desktop pressione Ctrl + Alt + F7, para voltar ao segundo pressione Ctrl + Alt + F8. Para abrir um terceiro terminal pressione Ctrl + Alt + F3 para abrir um novo terminal em modo texto e repita o processo. Você pode abrir até seis terminais gráficos, que são acessados usando Ctrl + Alt + F6 – F12.

Que programas substituem o Office?

Existem várias opções. Se você utiliza o KDE, pode tentar o KOffice, que na versão 1.1 já inclui suporte ao Português BR e é muito fácil de usar, contendo todos os recursos essenciais dos programas do pacote Office e até um programa de desenho vetorial á lá Corel Draw, o Kontour. Outra opção é o Gnome Office, que inclui o Abiword, Gnumeric, Gimp (que substitui o photoshop) e outros programas, que oferecem um conjunto de recursos muito bom. Existe ainda o bom e velho StarOffice, que apesar de não ser mais gratuíto a partir da versão 6 é o que tem mais recursos.

Por US$ 54,95 você pode comprar o Cross-Over Office, que permite rodar o próprio Microsoft Office no Linux. A emulação é quase perfeita: http://www.codeweavers.com/products/office/


É possível rodar programas Windows no Linux?

Sim. Além do Cross-Over Office, a maioria dos bons jogos roda com a ajuda do Transgaming: http://www.transgaming.com/

Alguns outros programas podem ser executados com a ajuda do Wine, embora ele ainda esteja em desenvolvimento e rode poucos títulos: http://www.winehq.com

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