O Hymera e o Linux comercial

O Hymera e o Linux comercial

Hymera and commercial Linux
Autor original: Jesse Smith
Publicado originalmente no:
distrowatch.com
Tradução: Roberto Bechtlufft

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Desde os primórdios do Linux, há empresas que tentam vendê-lo. Essa é uma situação meio espinhosa. Afinal de contas, todo mundo sabe que há dezenas de distribuições Linux disponíveis gratuitamente. Muitos defensores do código aberto gravam CDs e DVDs e os distribuem sem cobrar nada. Em um mercado tão saturado de produtos oferecidos gratuitamente, é preciso ser otimista para enxergar alguma possibilidade de lucro. Mas há quem enxergue essa possibilidade, e dentre esses, há poucos que conseguem torná-la realidade.

A Red Hat é provavelmente o melhor exemplo de empresa que entrou no jogo do Linux e sobreviveu. Na verdade, ela não apenas sobreviveu como seu modelo de negócios (venda de suporte para seus produtos corporativos) mostrou-se recompensador. Outras empresas, como a Novell, tentaram a mesma abordagem, mas nenhuma se saiu tão bem quanto a Red Hat. Mas estamos falando do mercado corporativo… e quanto aos usuários domésticos? Já foram realizadas várias tentativas de se vender Linux nesse mercado. Veja os dispositivos móveis, onde o Android atrai a atenção de todos, e o TiVo, que invadiu casas ao redor do mundo – ambos são produtos que trazem o Linux para as massas, mesmo que as pessoas não saibam disso. A flexibilidade e a estabilidade do kernel do Linux tornaram-no ideal para equipamentos dedicados, levando à sua adoção em vários setores (nunca vou me esquecer da primeira chamada de suporte que recebi de um usuário que havia instalado um aplicativo do Linux em seu roteador). Sim, nesses casos o Linux trabalha nos bastidores, sem ser visto. Também já houve tentativas de se vender o Linux para desktops de usuários domésticos, sem tanto sucesso.

A Xandros e a Linspire tentaram atrair clientes para o Linux, propagandeando a facilidade de uso aos usuários vindos do Windows. Só que elas acabaram alienando boa parte da comunidade Linux no processo, e chamando a atenção dos advogados da Microsoft (a Linspire, que antes se chamava Lindows, foi processada por causa do nome). Nenhuma dessas duas distribuições teve um novo lançamento em mais de dois anos, e parecem ter sido encerradas (tentei entrar em contato com a Xandros para ver se ela faria algum pronunciamento quanto às suas distribuições, o Xandros Desktop e o Freespire, mas até a conclusão deste artigo eu não havia recebido nenhuma resposta). A Mandriva passou por bons e maus momentos tentando lucrar com a venda do Linux para desktops, e depois de alguns tropeços e dificuldades financeiras as coisas parecem ter tomado rumo. Talvez a chave para a sobrevivência da Mandriva tenha sido sua boa vontade em disponibilizar o produto gratuitamente aos interessados, ao mesmo tempo em que vende um produto comercial semelhante. Ou sua ampla oferta de produtos, que pode atrair a muitos mercados diferentes. A novata iMagic também vem tentando lucrar com a venda de sistemas Linux para o desktop. Embora o produto que ela oferece seja sólido, a falta de uma mídia física ou de uma edição gratuita em sua linha de produtos não é sinal de um futuro próspero.

O fato é que, embora algumas distribuições consigam fazer dinheiro, ou ao menos cobrir seus custos, vendendo mídia física e aceitando doações (o Linux Mint conseguiu quase 30 mil dólares em doações em 2009), geralmente a venda de Linux para o desktop não compensa. Além disso, desktops Linux comerciais não descem bem a alguns integrantes da comunidade do software livre, que acreditam que seu software deva ser livre E gratuito. Eu não tenho nada contra quem tenta ganhar a vida vendendo software de código aberto, mas também costumo preferir as distribuições criadas pela comunidade e para a comunidade. Por isso, foi com alguma surpresa que me vi gastando um pouco do meu suado dinheirinho em uma cópia do Hymera. Ou melhor, tentando gastar um pouco do meu suado dinheirinho.

Obtendo o Hymera

O Hymera é uma distribuição Linux originária da Itália, e seu site oferece páginas em italiano, inglês, francês, alemão e espanhol. A tradução para o inglês é boa, só notei algumas poucas frases estranhas. O slogan, por exemplo, foi traduzido para o inglês como “Fácil, engraçado e seguro”, e esse “engraçado” (funny) talvez seja “divertido” (fun). Prefiro pensar que sim. O site tem aparência profissional. É fácil encontrar as informações, e a organização dos menus faz sentido. Várias versões da distribuição são oferecidas no site do Hymera. Os produtos incluem a edição aberta, que pode ser baixada gratuitamente; a edição para desktops, semelhante à edição aberta, só que acompanhada de um manual impresso e de suporte técnico; e versões embaladas ou instaladas em pendrives, à venda na loja online. Em um dado momento, pensei: “quero uma dessas”. Foi aí que tive um pequeno problema: sou canadense.

O fato de ser canadense não é o problema… só que o Canadá usa CEPs com letras e números. Parece que isso não é muito comum em outras partes do mundo, e o site do Hymera não aceita CEPs com letras. Entrei em contato com a empresa e perguntei sobre o assunto. Pouco tempo depois, recebi um email me pedindo que tentasse outra vez, pois o site havia sido atualizado. O CEP foi aceito desta vez, mas não a minha província. O Canadá tem províncias, e não estados, e o sistema não conhece as regiões do Canadá. Outro email, outra resposta rápida, e lá fui eu tentar outra vez. A terceira tentativa deu certo, e a compra foi feita. A princípio, o problema pode parecer meio constrangedor, mas mostra que a equipe de atendimento ao cliente do Hymera está atenta e disposta a resolver problemas rapidamente, na mesma hora. Pelo que eu já andei vendo, nem todas as distribuições Linux comerciais são assim.

Alguns dias depois, chegou a minha versão embalada do Hymera. O estojo do DVD, que lembra o de um filme comum, vem coberto com o logotipo e o slogan da distribuição, além de uma lista dos recurso oferecidos pelo sistema operacional. De modo geral, a caixa é atraente e deve agradar aos clientes. Acho interessante comparar a lista de recursos e a imagem poderosa do produto na embalagem do Hymera ao estilo funcional do envelope do disco do OpenSolaris ou ao estilo amistoso e filosófico da embalagem do Ubuntu. Mas eu não julgo DVDs pela capa, e comecei os testes com o Hymera nos meus sistemas. As máquina usadas foram meu bom e velho desktop genérico (CPU de 2,5 GHz e 2 GB de RAM) e meu laptop LG (CPU de 1,5 GHz e 2,0 GB de RAM). Para ver como a distribuição se sairia com menos recursos, usei também uma máquina virtual com 512 MB de RAM. A caixa do Hymera afirma que o sistema operacional exige um processador de 700 MHz, 4 GB de espaço em disco e 256 MB de RAM para rodar bem. Minhas máquinas atendem aos requisitos.

Instalação do sistema e primeira inicialização

O instalador gráfico do Hymera foi iniciado na mesma hora. O software de instalação, que usa o inglês como padrão, é atraente e bem simples. Se essa simplicidade é ou não bem-vinda depende de cada usuário. O processo todo tem início quando o usuário é solicitado a aceitar o contrato de licença. Depois, um nome de rede é selecionado para a máquina. O instalador segue em frente, rumo ao particionamento de disco, oferecendo opções para definir as partições automaticamente ou deixar tudo por conta do usuário. Há suporte a vários sistemas de arquivos, incluindo ext4, ext3, ext2, ReiserFS, XFS e FAT. Se o usuário tentar seguir em frente com a instalação sem criar primeiro a partição de swap, o software exibe um aviso amistoso explicando a utilidade de uma partição swap. Embora o gerenciador de partições tenha um layout incomum, ele é fácil de usar e eu não tive problemas para excluir partições antigas e criar novas. Com o disco configurado do jeito que eu queria, o instalador copiou os pacotes do Hymera para o disco rígido. Não parece haver uma opção para escolha dos pacotes, e acabei ficando com 3 GB de software. O procedimento de cópia dos arquivos levou pouco mais de cinco minutos no desktop, e quase dez minutos no laptop. A última etapa do processo é a configuração de uma senha para o usuário root e a criação de uma conta comum. Como em todas as outras etapas, o instalador oferece algumas dicas ao usuário, explicando o que está acontecendo. Por fim, o instalador reinicia a máquina.

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Hymera Evolution – a tela de instalação

Surgiu um problema quando eu instalei o Hymera em uma máquina virtual do VirtualBox. Na primeira inicialização, a tela de splash com a barra de progresso apareceu normalmente. Depois dela, mas antes da página de login, um erro informou que havia um problema com o X. Dei uma olhada nos arquivos de configuração do X, e vi que o Hymera havia detectado a placa de vídeo como “vboxvideo”, e que havia atribuído a ela um driver “vboxvideo”. Como o módulo não era encontrado, a sessão do X era encerrada. Mudei o driver de vídeo para a opção correta, reiniciei o X e o problema foi resolvido. E por falar no vídeo, o Hymera definiu uma resolução mediana para a minha tela. A maioria das distribuições que eu experimentei recentemente tentou usar a mais alta resolução possível, e não sei se o Hymera tem problemas com os meus computadores ou se escolhe uma resolução mais baixa de propósito.

O Hymera começa abrindo uma atraente tela gráfica de inicialização, com uma barra de progresso na parte inferior. Depois que a inicialização é concluída, a imagem some suavemente e é substituída pela tela de login. A tela de login é bem comum, com uma caixa para digitação do nome do usuário e da senha próxima ao topo e vários botões abaixo, pelos quais o usuário pode escolher o tipo de seção, mudar o idioma e realizar ações como reiniciar ou desligar o computador. O login me levou ao desktop GNOME mais bonito que eu já vi. Os padrões azulados do tema, os ícones e o layout têm aparência profissional. O desktop traz ícones para o navegador (um Firefox com outro nome), para o cliente de email e links para a pasta home do usuário e para a lixeira. Na barra de tarefas temos os tradicionais menu de aplicativos, controle de volume, indicador de status da rede e relógio. Também há atalhos para um aplicativo que procura por arquivos e um controle de screenlets. Para quem não sabe, screenlets são widgets para o desktop, ou plasmoids, para quem usa o KDE. O Hymera vem com uma coleção de screenlets para monitoramento da CPU do sistema e do uso do disco, para previsão do tempo e outros que são apenas divertidos.

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Hymera Evolution – primeiras impressões do desktop

Aplicativos, hardware e segurança

O menu de aplicativos do Hymera conta com uma ampla variedade de software. Temos a habitual coleção de programas pequenos e úteis, como uma calculadora, um editor de textos e um programa para compactar e descompactar arquivos. A distro também vem com a costumeira coleção de jogos populares do GNOME para passar o tempo. O menu de aplicativos também oferece players de música e vídeo, um utilitário para a webcam, um ripador de CDs, gravador de CD/DVD e o GIMP. O OpenOffice.org 3.1 vem instalado, e inclui suporte ao formato de documentos do MS Office 2007. Fiquei surpreso quando encontrei uma cópia do Adobe Reader 8 na seção de escritório, já que geralmente outro leitor de PDFs é usado, mas o Reader funciona bem. A categoria de internet traz um Firefox 3.5 com outro nome, um cliente BitTorrent, o Skype, um cliente de email, um cliente de terminal server e software para mensagens instantâneas. O Hymera também tem ferramentas para alteração das preferências, para habilitar/desabilitar serviços do sistema, gerenciar contas de usuário, instalar atualizações de pacotes e gerenciar drivers. Um programa que eu nunca tinha visto pré-instalado em uma distro antes foi o Cairo-dock. O programa cria uma barra de tarefas e um lançador de programas na parte inferior do desktop, no estilo do OS X. O efeito é ótimo, caso a barra de tarefas comum seja movida para a parte superior da tela. O menu de aplicativos não contém ferramentas para desenvolvimento, e não achei um gerenciador de firewall – é preciso instalar esses programas a partir dos repositórios. Já os codecs multimídia e o Flash não precisam ser instalados. Eles já vêm prontos para o uso, e quem quiser acessar o YouTube, assistir a filmes ou ouvir música não vai ter problemas para fazer isso.

Ao iniciar o Hymera pela primeira vez, eu esperava que os menus estivessem em italiano, ou que o layout do meu teclado não fosse reconhecido. Mas de modo geral, a localidade do sistema não foi um problema. O teclado foi detectado corretamente, e o texto foi exibido em inglês. Mas há algumas exceções à regra. o aplicativo iMobile, exclusivo do Hymera, exibia o texto em italiano. O Adobe Reader também mostrava o texto e os menus em italiano, assim como partes do programa Cairo-dock, que se dividia entre o italiano e o inglês.

O sistema se saiu bem com o meu hardware. As mídias removíveis, como CDs e câmeras digitais, são gerenciadas facilmente no Hymera. Mídias conectadas ganham logo um ícone correspondente, e não tive problemas para acessar e gerenciar esses dispositivos. O som funcionou sem que eu precisasse fazer ajustes, e a conexão de rede foi habilitada na inicialização. O Hymera detectou a placa de rede sem fio Intel do meu laptop automaticamente, e meu modem USB de internet móvel Novatel foi detectado, mas não configurado.

O Hymera usa o gerenciador de pacotes Synaptic, uma ferramenta gráfica com a qual os usuários do Debian e seus derivados já devem estar familiarizados. Na primeira execução, o Synaptic exibe uma mensagem de ajuda falando sobre o funcionamento do gerenciador de pacotes, e depois não se intromete mais. A distro tem repositórios próprios, que no momento contam com mais de 24 mil pacotes de software. Se você estiver procurando por um aplicativo de código aberto, é provável que o encontre no repositório. Eu instalei pacotes novos, removi itens indesejados e executei atualizações sem problemas. O motor do Synaptic é a popular ferramenta apt-get, que pode ser usada por quem preferir fazer as coisas pela linha de comando. A distribuição é baseada no Debian, e isso fica bastante evidente no gerenciamento de pacotes. O desempenho do desktop também mostra suas raízes no Debian: o sistema responde rapidamente e de modo geral usa menos de 500 MB de memória.

Em alguns aspectos, o Hymera é seguro; outros, precisam de melhorias. O instalador se certifica de proteger a senha da conta de root, e de criar uma conta de usuário comum. Por outro lado, o instalador não se oferece para criptografar partições, o que seria útil para os donos de laptops. Ao fazer login no desktop como root, o fundo da tela fica vermelho, numa advertência quanto aos riscos. Embora a maioria dos serviços como servidores web e ssh venham desabilitados, o NFS e o Samba rodam por padrão. Não há nenhum compartilhamento nem conta de usuário comum configurados para compartilhamento pelo Samba, e isso me faz pensar em qual seria a utilidade de ter o serviço em execução por padrão. Os usuários locais podem ver o conteúdo das pastas home de outros usuários, incluindo os arquivos do usuário root. Eu entendo que manter aberto os diretórios de usuários facilita o compartilhamento de arquivos, mas na minha opinião, as pastas da conta de root deveriam estar bloqueadas.

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Hymera Evolution – o Cairo-dock em funcionamento

Conclusões

Nesta análise, eu estava curioso para saber se o Hymera traria algo de novo à comunidade. Eu queria saber, mais especificamente, se essa distribuição oferecia algo de especial que justificasse sua compra. O que eu posso dizer é que o Hymera não cai na armadilha em que caíram outras distribuições comerciais: ele não tenta ser o Windows. A Xandros e a Linspire, em especial, usaram uma base Linux e tentaram dar uma cara de Windows. Acho que a ideia era atrair clientes da Microsoft, trazendo-os para a comunidade de código aberto. O problema dessa abordagem é que muitos usuários do Linux não gostam de produtos da Microsoft, e dificilmente vão recomendar ou apoiar produtos que tentem ser parecidos com os da gigante de código fechado. Até pouco tempo, eu diria que o Red Hat, o MEPIS e o Mandriva eram as únicas distribuições comerciais para desktops que fincavam pé no lado do Linux (a Novell assinou um acordo de patentes com a Microsoft em 2006, numa tentativa de tornar seus produtos mais compatíveis com os dela). A intenção dessas distros é a de vender um produto Linux de maior qualidade para usuários do Linux. O Hymera também tem esse objetivo, e não está se saindo nada mal para um novato na área. Ele oferece compartilhamento via Samba e o Adobe Reader para os usuários do Windows, e o Cairo-dock para os fãs do OS X. Mas esse é, claramente, um produto para pessoas que querem o Linux. Seguindo os passos do Mandriva, o Hymera também está disponível em uma edição gratuita e em uma paga. Ele também pode ser adquirido em mídia física, ao contrário do iMagic, que no momento não oferece nem mídia física nem edição gratuita. Para completar, a empresa que distribui o Hymera vende suporte técnico em vários idiomas.

E vale a pena pagar por isso? Como sempre, só o cliente pode responder. Eu diria que pessoas interessadas em um sistema Linux amigável, com todos os codecs, Flash e diversos complementos funcionando sem ter que configurar nada, começaria bem dando uma olhada no Hymera. Os usuários mais experientes do Linux, que se sintam à vontade configurando seus sistemas e procurando por pacotes, provavelmente não encontrarão nada de novo por aqui.

O Hymera é novato na comunidade Linux. Sua primeira versão saiu há apenas seis meses. Sendo assim, ainda há áreas que podem ser melhoradas. Eu gostaria, por exemplo, que o instalador oferecesse mais recursos, como criptografia de partições, opções de configuração para o gerenciador de inicialização e seleção de pacotes. Essas opções poderiam ser oferecidas em uma seção avançada para não confundir os usuários menos experientes. O site do Hymera diz que há uma edição para servidores vindo aí, e mal posso esperar para ver o que vai sair daí. Também seria legal um live CD do Hymera para que a gente pudesse testar a distro sem instalar. Como sistema operacional de uso diário, temos uma opção sólida. O sistema é estável, e as firulas visuais repousam sobre as firmes fundações do Debian. Tirando isso, eu só gostaria que o GCC fosse incluído na instalação padrão, para as pessoas que gostam de mexer mais no sistema; o DVD já tem 3 GB mesmo, uns pacotinhos a mais não seriam problema.

Dentre as vantagens do Hymera estão a facilidade de uso para novatos, um desktop bonito e bem acabado e um monte de software e codecs pré-instalados. Além do instalador, o sistema é flexível, e a ampla coleção de software (no DVD e nos repositórios) agrega muito valor. Pelo que eu vi até agora, o Hymera não é tão forte (comercialmente e tecnicamente) quanto o Mandriva, mas acho que vamos ouvir falar dele em 2010.

Pessoalmente, eu gostaria que outras distribuições gratuitas oferecessem opções comerciais. Em parte para atrair usuários domésticos que desejem comprar mídia física diretamente de seus projetos favoritos, e em parte na esperança de gerar mais renda e empregos na comunidade de código aberto. Seria bom ver mais distribuições oferecendo uma versão comercial para atrair a comunidade empresarial. Nos últimos dez anos, eu tive várias oportunidades de sugerir soluções de código aberto, e os gerentes na maioria das vezes não gostam de ouvir termos como “suporte da comunidade” ou “gratuito”. Até as pequenas empresas parecem preferir “suporte com valor agregado” e “preço competitivo” ao analisar suas opções. Às vezes eu me pergunto quantas cópias do Clonezilla e do FreeNAS eu poderia ter ajudado a vender se esses projetos oferecem opções de compra em seus sites e a promessa de resposta em até 24 horas a consultas ao suporte. Eu não estou sugerindo que os projetos de software livre abandonem seus produtos gratuitos, mas sim que ampliem suas ofertas, com uma opção comercial que pode até ser idêntica à que está disponível gratuitamente, só que com um número de identificação do cliente nela. Muita gente acredita que a qualidade é proporcional ao preço, e seria bom que a comunidade de código aberto levasse isso em consideração.

Créditos a Jesse Smithdistrowatch.com
Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br>

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