Hardware.com.br entrevista: Paulo Vizaco, diretor geral da Kingston no Brasil

Hardware.com.br entrevista: Paulo Vizaco, diretor geral da Kingston no Brasil

Nosso entrevistado de hoje é o Paulo Vizaco, diretor geral da Kingston no Brasil que nos conta o momento atual da companhia no mercado brasileiro, o novo posicionamento da marca, e muito mais, confira!

Hardware.com.br:  Paulo primeiramente obrigado por aceitar a entrevista. Você assumiu a direção geral da Kingston no ano passado, desde então quais são os pontos principais relacionado a sua administração? Qual perfil está sendo implantando através do seu comando?

Paulo Vizaco:  Neste último ano que a gente vem desenvolvendo o trabalho na direção geral acho que o ponto principal foi uma aproximação maior com os nossos parceiros, para entender as dificuldades que eles tem e também as oportunidades dentro de cada conta de crescimento, com isso a gente acabou identificando alguns mercados que a gente vem atuando com mais foco, como o mercado corporativo, gamer e mobile. 

Hardware.com.br: O número de questionamentos em relação ao futuro das unidades de armazenamento são quase infinitos, e sem sombra de dúvidas um dos mais comentados é o SSD, que ao decorrer do seu desenvolvimento vem angariando mais compradores,que além do alto desempenho vem apresentando diversas opções de armazenamento e logicamente na redução do preço. Como que você definiria o futuro dos SSDs? 

Paulo Vizaco:  Hoje em dia todo mundo tem a necessidade de acessar as informações com mais rapidez, graças a execução de várias tarefas ao mesmo tempo, e claro que obviamente precisamos de maior segurança no armazenamento de grandes informações, acho que por esse motivo e por outros vamos ver os SSDs presente cada vez mais nas máquinas, sem dúvida na minha opinião o futos dos SSDs é excepcional. 

A adoção dessa tecnologia sempre esbarrou muito na questão do preços em relação aos HDs, se formos analisar em 2009, 2010 o custo por GB era de US$ 8, hoje em dia o custo é de US$ 0,50. Então esse fator com certeza acelerou muito o crescimento de SSDs nos últimos dois anos no Brasil.

Quem usa SSD não volta para o HD, porém os novos sistemas vendidos no Brasil na sua grande maioria ainda utilizam HD, o parque instalado que também é imenso também utiliza HD, isso mostra que o mercado de SSDs pode crescer, porém ainda acho que as duas tecnologias devam conviver juntas por mais alguns anos.

Hardware.com.br: Recentemente entrevistamos o Emerson Salomão, criador da Avell, que nos apresentou um dado interessante, demonstrando que o Brasil detém 35% do mercado de jogos digitais, uma boa taxa mesmo com o preço elevado cobrado por aqui. Porém mais e mais pessoas estão fazendo upgrade para as máquinas gamers. Em uma outra entrevista sua, você dizia que se o mercado de PCs está em queda, o mercado de upgrade está em alta, através das diversas modificações que os consumidores estão fazendo para incrementar suas configurações, e essa alta no mercado está sendo benéfica também para os SSDs, certo?

Paulo Vizaco: Com certeza, para os gamers e também para o consumidor doméstico. O ganho de perfromance, de velocidade é tão grande, tão perceptível que eu acho que a adoção desse upgrade do uso do SSD em relação ao HD vai sendo cada vez maior e as pessoas acabam, não trocando a máquina neste momento atual do Brasil, porém consideram o upgrade para incremento de performance.

O ponto fundamental do armazenamento é estabelecer qual a real necessidade. Se a necessidade é ter uma máquina rápida, ganho de performance, será necessário o uso do SSD, porém se a real necessidade neste momento é armazenamento em massa, com certeza nesse momento o custo x benefício do HD prevalece.

Hardware.com.br: Muitos usuários, acabam utilizando o melhor dos dois mundo, unindo a velocidade do SSD, com a aquisição de uma unidade de 60 GB, 120 GB para um boot mais rápido na máquina e um HD de maior capacidade para o armazenamento bruto, certo?

Paulo Vizaco: Exatamente, até pequenas empresas trabalham dessa forma. Se pegarmos como exemplo um comércio, no caixa do seu estabelecimento, um HD de 1 TB na sua máquina não irá surtir muito efeito, porque você não irá armazenar quase nada. Você precisa de velocidade, e então ao colocar um SSD de 60 GB, 120 GB, que será mais ou menos o preço de uma unidade de 1 TB de disco rígido, atenderá bem melhor sua necessidade.

SSD V300 um dos grandes sucessos da Kingston

Hardware.com.br: Em relação a um problema que a Kingston enfrentou no passado em relação a um grande número de pendrives falsos “travestidos” como autênticos, atualmente essa panorama melhorou? Que táticas são usadas atualmente na identificação dos produtos originais?

Paulo Vizaco:  No passado nós adotamos algumas práticas para educar os consumidores em relação a isso. O que recomendamos hoje em dia é que o consumidor compre produtos em lojas oficias, disponibilizamos em nosso site as lojas recomendadas que vendem nossos produtos oficiais. Isto obviamente é uma garantia para o consumidor que comprando nessas lojas terá todos os benefícios no Brasil, como suporte e garantia local. 

Adotamos também a pouco tempo uma estratégia de ampliar o nosso line-up dos produtos, basicamente dos USBs. Temos um item que acaba sendo falsificado, um modelo, então o que fizemos foi ampliar a nossa linha de produtos dentro do Brasil, ofereçendo modelos de metal, coloridos, banhado a ouro, produtos customizados, entre outros. Isso acaba inibindo a ação dessa prática de falsificação.

Hardware.com.br: A HyperX, divisão de produtos de alto desempenho da Kingston, demonstrou um ótimo feeling ao anunciar durante a Consumer Eletronic Show do ano passado o Hyper X Cloud, primeiro headset da companhia e que neste ano deu origem a um novo modelo o Hyper X Coud II. Em relação ao mercado, como está sendo a aceitação dessa nova categoria de produtos que agora compõe o portfólio de produtos da Kingston, acompanhado essa crescente do mercado de e-sports e periféricos gamers?

Paulo Vizaco:  A HyperX era uma linha de produtos da Kingston, e com o passar do tempo ela acabou se tornando uma divisão dentro da companhia. Então obviamente com o crescimento gigantesco que teve essa linha, acabando virando uma divisão a companhia entendeu e começou olhar para os produtos destinados a esse tipo de público. Sempre tivemos produtos que estavam dentro da máquina, então a ideia de começar pelo fone era ter um produto que fosse mais visível aos consumidores, que eles conseguissem identificar mais a marca.

A aceitação dos fones no mercado está sendo muito boa, até além do que a gente previa, então estamos bastante contentes com o resultado e estamos com força total para os próximos lançamentos que temos ainda para esse ano.

Hardware.com.br: Será que podemos esperar que a Kingston abra esse leque de periféricos, para mouses, teclados, entre outros?

Paulo Vizaco: Ainda não temos nenhuma novidade em relação a esse sentido, porém eu acredito que o caminho deva ser esse. Estamos investindo também em mousepads, então vamos aguardar os próximos meses  para ver os próximos lançamentos.

Hardware.com.br:  Nestes 17 anos de Brasil a Kingston obviamente traçou diversas estratégias de marketing para os seus produtos, na sua opinião você classificaria que a melhor  delas ainda está em andamento que é consolidação da marca como sinônimo de bons produtos que vão além dos pendrives que a principio era o que ligava os brasileiros a marca?

Paulo Vizaco: Com a nova capanha Chasing Better da Kingston, nós decidimos buscar um outro posicionamento para a marca para o mercado brasileiro, mostrando não só os produtos, mais também as soluções aplicadas. Eu acho que esse conceito aproxima cada vez mais dos nossos consumidores o conceito de buscar o melhor, na qualidade, na garantia, na performance e na confiabilidade. O grande desafio é passar para o consumidor todos esse reconhecimento que a gente tem nos pendrives para as outras linhas de produtos. 

Hardware.com.br: Em relação a campanha, Chasing Better, realmente é bastante interessante devido ao grande impacto na mensagem passada. Com o destaque para o trecho “Alguns consideram essa busca pelo melhor uma maldição uma obseção se for assim então nós somos orgulhosamente amaldiçoados”. Como a Kingston atualmente está tentando imprimir nas pessoas essa campanha, até por uma questão de aspecto visual, deixando um pouco de lado o vermelho e preto, aderindo a novos tons mais alegres.

Paulo Vizaco: Essa campanha realmente é um pouco mais ousada em relação a outras que já tivemos. Como queremos fazer essa ligação dos pendrives com outras linhas, a ideia era realmente chamar a atenção tanto para a marca como para os milhões de produtos que a gente tem. Óbvio que a nós temos um reconhecimento através dos pendrives, graças a marca de mais de 500 milhões de unidades vendidas. Então o consumidor reconhece a marca, a qualidade , porém temos muito mais a oferecer, somos uma empresa que oferece muito mais do que isso. Fabricamos memórias, cartões de memória, SSDs headsets, etc.

A ideia da campanha é causar esse impacto, chamar a atenção para as outras linhas de produtos. Isso vai acabar refletindo não somente nas camapanhas com os parceiros, como também em alguns produtos.

Hardware.com.br: A ligação da Kingston com o e-Sports está cada vez ficando mais evidente,  com a participação da companhia nos maiores eventos, atuando como patrocinador, como vocês estão encarando esse crescimento vertiginoso do mercado dos jogadores profissionais, que vem apresentando dados ainda mais relevantes?

Paulo Vizaco:  Esse é um mercado que estamos monitorando a um tempo, estamos sempre bem atentos a esse crescimento. Somos a marca pioneira a apoiar e incentivar esses jogadores, então pra gente isso é muito bom. Os jogadores atualmente são formadores de opinião, tem muitos seguidores. O fato deles usarem nossos produtos comprovam não só a qualidade na marca HyperX e ao mesmo tempo desperta o desejo dos seguidores, dos aspirantes a jogadores a usarem também nossos produtos.

Hardware.com.br:  Como você encara o tipo de preconceito que rola atualmente contra a ascenção dos youtubers e jogadores profissionais de e-Sports que ainda lutam para provar que os jogos podem ser levados como esporte?

Paulo Vizaco: Alguns consideram que não é um esporte, porém na minha opinião se a pessoa se dedica, se ela treina e se compromete a fazer esse tipo de atividade tem que ser considerado um esporte sim. Além de contar com toda a estrutura desses jogadores, cumprindo uma rotina de treino itensa.

Hardware.com.br: Quais são as metas da Kingston ainda pra 2015?

Paulo Vizaco:  Continuar trabalhando forte para cresçer nossa participação tanto no mercado corporativo, como no mercado gamer e mobile. Uma outra meta é expandir nossa área de atuação, através de parcerias em diversos segmentos. Além de consolidar nossa liderança no segmento de memórias.

Hardware.com.br: Em relação as memórias DDR4, como está a adoção desse novo padrão?

Paulo Vizaco: A adoção das memórias DDR4 ainda é muito pequena, devido ao preço, que ainda é mais caro, porém acreditamos que essa transformação irá acontecer basicamente a partir da metade de 2016.

Hardware.com.br: Qual a sua opinião em relação ao atual panorama do mercado de PCs atualmente, com companhias como a AMD, sofrendo muito com essa queda?

Paulo Vizaco: Na verdade o mercado mudou muito de alguns anos pra cá, acabou virando mobile, uma transformação muito rápida e algumas empresas não acompanharam toda essa mudança. Com a Kingston o que estamos enfatizando é trabalhar com o upgrade e trabalhar em alguns nichos, como o mercado de PC Gamer que vem crescendo. Apesar o mercado de PC no geral está caindo, o mercado de PC Gamer vem crescendo, então procuramos trabalhar direcionando para nichos de mercado e upgrade em máquinas.

Hardware.com.br: Como está o mercado da Kingston em relação a soluções corporativas:

Paulo Vizaco: Solução corporativa é um dos nossos pontos principais que estamos trabalhando esse ano. Certificamos este ano 10 revendas corporativas, então treinamos tecnicamente e comercialmente 10 revendas que já estão listadas em nosso site, para aumentar o nosso alcance nessa área corporativa. Temos também um suporte muito bom que conta com engenheiros que identificam os projetos, as dificuldades e as necessidades de cada empresa e a gente monta esse projeto, essa solução, para atender a cada empresa, de uma forma gratuita, e isso vem apresentando muito resultado.

Hardware.com.br: Recentemente numa entrevista coletiva da Kingston no Brasil, você disse que em todos os meses, mais de 25 milhões de módulos de memória para servidores, computadores notebooks, estações de trabalho, impressoras, placas gráficas, câmeras digitais e celulares, entre outros dispositivos, saem da Kingston.  Poderia mencionar mais alguns números em relação a outros números da Kingston?

Paulo Vizaco: Posso sim. Vamos lá!

  • Estamos entre as 500 maiores empresas privadas dos EUA
  • Temos mais de 50% de share de módulos de memória
  • Todos os produtos são 100% testados, com diversas patentes de teste
  • Empregamos mais de 4.000 pessoas em todo o mundo
  • Estamos em mais de 100 países
  • Estamos entre as 100 melhores empresas do mundo para se trabalhar.

Hardware.com.br: Pra encerrar Paulo gostaria que você deixasse uma mensagem para todos os nosso leitores que a tanto anos acompanham a Kingston em nosso pais, e com certeza apresentam algum tipo de ligação com os produtos lançados por vocês

Paulo Vizaco: Como diz a nossa campanha, buscamos o melhor, em aprimorar e melhorar a tecnologia cada vez mais. Quando o consumidor adquire algum de nossos produtos, ele tem a certeza e confiança que o produto irá funcionar. garantia e suporte técnico local, proporcionando uma segurança a mais na hora da compra. O que temos que sempre buscar é essa relação mais próxima com o consumidor.

Em nome de todo o nosso time, queremos agradecer a todos os leitores do hardware.com.br e dos usuários dos nossos produtos, a confiança depositada em nossa marca e mais uma vez garantir a todos o nosso suporte e presença local, seguindo sempre buscando o melhor.

Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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