Serial x Paralela x USB x Fireware: a evolução das portas

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Tudo começou em 1980, quando a IBM estava desenvolvendo seu primeiro micro PC. Já haviam definido que o barramento ISA seria usado para permitir que o IBM PC pudesse receber placas de expansão, mas ainda faltava algum tipo de porta que permitisse que
fossem acoplados periféricos externos, como as caríssimas impressoras matriciais, ou quem sabe, talvez até um mouse… :-p

Desde aquela época, os PCs incorporaram dois tipos de portas para permitir a conexão de periféricos externos, as portas seriais e a porta paralela. O nome “serial” vem do fato da porta normalmente usada pelo mouse transmitir um bit de dados de cada vez,
enquanto a porta “paralela” usada pela impressora transmite 8 bits de dados de cada vez.

Originalmente as portas seriais transmitiam a apenas 9.600 bits por segundo, enquanto a porta paralela atingia “incríveis” 150 Kbytes. Imagine quanto tempo ia demorar para transferir as fotos da câmera digital ou imprimir uma foto numa impressora a laser
🙂

Felizmente, a partir do final da era 486, ambas as portas foram aperfeiçoadas. As portas seriais passaram a transmitir a 115 Kbits e foi criado o ECP, o padrão atual para a porta paralela que transmite a 1.2 Megabyte por segundo.

Porém, ainda temos a limitação de termos apenas duas portas seriais e uma porta paralela. Na época em que se usava apenas um mouse e uma impressora isto era mais do que suficiente, mas atualmente temos vários outros periféricos, como câmeras digitais,
modems externos, scanners, etc. nos obrigam a compartilhar a mesma porta entre vários periféricos diferentes, fora a lentidão. Se duvida, experimente tentar transferir as fotos de uma câmera digital ou transferir MP3s para um MP3man usando uma porta
serial.

Para resolver este problema, surgiu o USB. A partir de 97/98, todas as placas mães trazem pelo menos duas portas USB, o grande problema, sobretudo nas placas mães soquete 7 antigas e em muitas placas atuais para K6-2 é que apesar de trazerem as duas
portas USB, elas não acompanham os cabos necessários. Atualmente os cabos USB são relativamente fáceis de encontrar e custam por volta de 20 reais. Consulte o manual da placa mãe para localizar as porta USB. Procure por um contato de 10 pinos (duas
fileiras de 5) parecido com o encaixe do cabo do mouse.

Atualmente já existem vários periféricos USB, desde teclados e mouses, até gravadores de CD e placas de rede.

Cada porta USB transmite a 1,5 MB/s (ou 12 Mbits), existindo a possibilidade de acoplar vários periféricos em cada porta USB usando hubs, que nada mais são do que benjamins que disponibilizam mais encaixes. Os “monitores USB” por exemplo, nada mais são do
que monitores convencionais que trazem um hub USB embutido. O grande problema neste caso é que a comunicação a 1.5 MB/s permitida pela porta será compartilhada entre todos os periféricos. Se você ligar um teclado e um mouse, não haverá problema algum, mas
caso ligue dois periféricos rápidos, uma placa de rede e um gravador de CD por exemplo, ambos acabarão limitados. Neste caso seria melhor instalar cada um numa porta USB.

Apesar da versatilidade, o USB ainda peca pela lentidão. Apesar de já ser muito mais rápido que uma porta serial, os 1,5 MB/s impedem sua utilização para periféricos mais rápidos, como discos rígidos externos, ou mesmo placas de rede de 100 Mbps (todas as
placas de rede USB transmitem a apenas 10 Mbps).

Como resposta a esta limitação, surgiu o Fireware, um padrão relativamente novo, que tem várias características em comum com o USB, mas traz a vantagem se ser gritantemente mais rápido, permitindo transferências a 400 MB/s, contra meros 1.5 MB/s do USB.
Este padrão foi desenvolvido pela Sony, que o utiliza em vários aparelhos de áudio e vídeo, assim como em alguns micros portáteis.

Um dado importante é que o Fireware é um padrão aberto, por isso tem boas chances de tornar-se popular nos próximos anos.

Os possíveis usos para o Fireware são muitos, ele pode ser utilizado para a conexão de câmeras digitais, impressoras, dispositivos de áudio, criação de redes locais de alta velocidade e até mesmo para a conexão de discos rígidos externos. Existe até mesmo
quem diga que o Fireware pode vir a substituir o barramento PCI daqui a alguns anos. A Intel por exemplo vem trabalhando no “Serial ATA” que nada mais é do que uma versão do Fireware destinada à conexão de discos rígidos, que pode vir a substituir as
interfaces IDE UDMA 66 e UDMA 100 daqui a alguns anos.

A principal arma do Fireware é a simplicidade. Por ser um barramento serial, tanto as controladoras, quanto os cabos são muito baratos de se produzir. O cabo utilizado é composto por apenas 3 pares de fios, dois pares para a transferência de dados e o
último para o fornecimento elétrico. Os conectores são pequenos, semelhantes aos conectores USB e os chips controladores, a serem embutidos nos periféricos, são baratos. De acordo com a Microsoft, produzidos em grande quantidade, cada chip controlador
custa cerca de seis dólares. Como no USB, e existe o suporte a conexão “a quente”, ou seja, é possível conectar e desconectar periféricos com o micro ligado.

A forma de conexão dos periféricos também é parecida com o que temos no USB. Temos a possibilidade de conectar até 63 periféricos em cada porta Fireware, com o uso de hubs, e cada segmento pode ter no máximo 4.5 metros. O Fireware também pode ser usado
para interligar vários micros, sendo uma opção barata de rede local. Neste caso, são permitidos no máximo 16 nós, desde que seja respeitado o limite de 4.5 metros por cabo.

Apesar de todos os bons prognósticos, tudo o que temos ate o presente momento são promessas. Sem dúvida, o Fireware é um barramento muito promissor devido às suas várias vantagens. Entretanto, ainda existe uma certa resistência por parte dos fabricantes
em adotar este padrão, pois isto envolve grandes investimentos. Para a conexão de discos rígidos temos como opções as interfaces IDE e SCSI; para a conexão de periféricos lentos, como impressoras e scanners, existe o USB; para a confecção de redes locais,
já existe também todo um conjunto de padrões em uso; o que deixa pouco espaço para o Fireware. Tanto o Windows 98, quanto o Windows 2000 oferecem suporte a periféricos Fireware, mas ainda temos poucas (e caras) opções disponíveis no mercado.

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