Porque estudar Linux hoje em dia?

Porque estudar Linux hoje em dia?

É muito comum me questionarem sobre a motivação de se investir, tempo e muitas vezes dinheiro, para se estudar Linux hoje em dia. A pergunta normalmente vem acompanhada da observação de que a esmagadora maioria dos computadores (pessoais) rodam Windows, perseguido de muito longe pelo MAC OS X (computadores da Apple). Os mais atentos ao mercado de TI podem questionar também o market share do Windows no campo dos servidores standalones, normalmente com números superiores ao Linux e outros SOs na maioria dos estudos. Logo, a primeira vista e sob a ótica do mercado de trabalho, estudar Linux pode não ser algo tão recompensador.

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Entretanto, estas observações são muito simplistas e não representam a realidade do mercado de tecnologia nacional e mundial. O fato é que a curva de ascendência do Linux no mercado de tecnologia se confunde com a ascendência da própria Internet e dos gadgets, dispositivos eletrônicos portáteis como PDAs, smartphones, leitores de mp3, entre outros.

De acordo com Augusto Campos, hoje em dia o Linux está presente desde mainframes até relógios de pulso, passando por várias arquiteturas: Intel, StrongARM, PowerPC, Alpha etc., com grande penetração também em dispositivos embarcados, como handhelds, PVR, videogames e centrais de entretenimento – nos quais há expoentes como o sistema Android, mantido pela Google. Segundo Jon Hall, Diretor Executivo da Linux International, o Linux está presente em 1/3 dos servidores do mundo e em 98% dos computadores mais rápidos do planeta.

Todo este crescimento do Linux vai muito além do fato dele poder ser obtido gratuitamente na Internet. Durante sua curta, mas meteórica trajetória, o Linux se demonstrou um sistema operacional com enorme estabilidade, segurança e escalabilidade – recursos absolutamente indispensáveis para redes de computadores e cenários computacionais contemporâneos e críticos. Isso faz com que profissionais experientes no universo Linux tenham uma valorização acima da média para o mercado de TI.

Recentemente a Linux Foundation, em parceria com a consultoria Dice, divulgou uma pesquisa sobre empregos na área de tecnologia que demandam profissionais qualificados em Linux. O estudo entrevistou cerca de 2600 profissionais e mais de 850 gerentes de RH do mundo todo. As conclusões são animadoras para quem investiu nesta carreira ou quem pretende investir. Entre os principais detalhes da pesquisa está que 93% dos gerentes pretendem contratar um profissional Linux nos próximos 6 meses. 9 em cada 10, dizem que é difícil contratar alguém com qualificação suficiente (principalmente com experiência comprovada). Os salários destes profissionais também sobem mais do que a média para a área – nos Estados Unidos a média chegou a quase 91 mil dólares por ano. 75% dos profissionais receberam aumento nos últimos seis meses e 35% pretendem trocar de emprego nos próximos 12 meses.

Sendo assim, é inegável a importância de se estudar Linux no atual cenário tecnológico. Esforços neste sentido só agregarão ao seu currículo um importante diferencial competitivo, destacando-o no mercado e proporcionando-lhe melhor recolocação profissional ou até mesmo empreender seu próprio negócio. Portanto, se você ainda está em dúvida sobre investir ou não em capacitação Linux e de outras soluções open-sources compatíveis com a arquitetura, não fique. Você provavelmente já deu um pequeno (e primeiro) passo ao ler este post – Agora é só continuar… 😉

Jackson Laskoski

Colaborador do Hardware.com.br e Especialista em Administração de Redes de Computadores e em Informática Aplicada ao Ambiente Empresarial. Atualmente é professor da Universidade do Contestado e diretor técnico da ConexTI Soluções em TI. É mantenedor do blog http://JACK.eti.br e membro atuante de vários grupos de usuários e projetos open-source.

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