O consumidor brasileiro enfrenta uma das piores fases para justamente ser consumidor

O consumidor brasileiro enfrenta uma das piores fases para justamente ser consumidor

Após enfrentar dois trimestres seguidos de queda do PIB (Produto Interno Bruto), entremos na quarta recessão técnica (as outras três aconteceram em 1999, 2007 e 2009), que basicamente é um prelúdio para uma recessão real, que inclusive a FGV que de acordo com um estudo o Brasil já está em recessão desde o segundo trimestre de 2014 e marca mais um capítulo que evidencia a fase precária que o nosso Brasil varonil está passando, e para enfrentar esses percalços as medidas acabam se resumindo em tributos, tributos e mais tributos que temos que pagar para cobrir a série de erros administrativos e  verdadeiros furtos contra o dinheiro público.

Sem sombra de dúvidas o brasileiro é consumidor, e está sempre movido a se enfiar em certas situações mirabolantes para conseguir comprar alguma coisa, realizar a viagem dos sonhos, entre outras coisas. Porém mesmo tendo isso como um verdadeiro timão que acaba guiando boa parte da nação, alguns fatores tem influenciado para evitar o consumismos exarcebado, a alta do dolar e a situação que o país está passando são os mais significativos.  De  acordo com o Banco Central de janeiro a maio de 2015 por exemplo os brasileiros gastaram em viagens ao exterior US$ 8,291 bilhões, representando uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano passado. Tulio Maciel que é chefe do Departamento Ecônomico do Banco Central, atribui esse problema a um dos grandes vilões do consumismo: a alta do Dolár.

Não sei você, mas eu me considero um ávido consumidor de tecnologia, e isso acaba agindo meio como uma praga, que influi de maneira avassaladora na vontade de adquirir novos produtos relacionados a essa área, seja com novos gadgets, jogos, entre outras bugigantas tech. E  é justamente para esse público que nos acompanha aqui no Hardware.com.br a tantos anos que está pautado esse artigo. Os grandes problemas em ser consumidor de tecnologia atualmente no Brasil.

Como você deve ter lido aqui no site, publicamos uma matéria, mostrando que a câmara dos deputados, embutiu mais um tributo, dessa vez ligado ao imposto sobre serviço de qualquer natureza (ISS), estabelecendo uma aliquota mínima de 2%, que ataca diretamente aos serviços que disponibilizam áudio, vídeo, imagens e textos utilizando a internet. Então, os serviços queridinhos pelos brasileiros como Netflix e Spotify, poderão ser taxados caso o texto seja enviado ao senado e posteriormente assinado pela presidente Dilma Roussef, que como sempre cheia de frases de efeito de quinta categoria, usou como “rémedio amargo” esse processo de ajustes fiscais, durante um pronunciamento divulgado pela internet no dia que foi comemorado a indenpendência do Brasil (07 de setembro).

Essa nova aliquota afetará também outra válvula de escape que muitos usuários utilizam em nosso país, a tão badalada Steam, que  com o seu método de jogos digitais e promoções realmente verdadeiras, agindo sendo uma otima alternativa para os gamers de PC.  Já com os usuários de consoles o lamento é ainda maior já que as cópias digitais provindas das lojas dos principais consoles da atualidade e suas versões impressas beiram a casa dos quase R$ 300, em dia de lançamento e em meio a essa crise acabam se transformando em produtos de luxo, que poucos podem “ostentar”.

Serviços como Netflix, Sportify e Steam que até agora são verdadeiros “amigos” dos consumidores e que com todos esses problemas poderão ter ser suas taxas e preços alterados, acende novamente nos usuários a “lareira da pirataria”, fazendo com que muitos “queimem” qualquer discurso politicamente correto sobre esse tema.

Para os fanáticos pelos aparelhos móveis, liderados pelos smartphones, obivamente também poderão ser prejudicados pela situação atual do Brasil. No dia 31 de agosto, o governo federal anunciou uma nova proposta de medida provisória que tem como intutito quebrar a desoneração do PIS/Cofins para os smartphones, e também para os tablets e computadores. 

Então caso seja aprovado, os smartphones que se enquadram na faixa de preço de até R$ 1.500 passam a ser tributados, destruindo estratégias de marketing de companhias como a chinesa Xiaomi, que entrou no Brasil recentemente, e carrega consigo o lema de entregar um produto de qualidade com um preço bem abaixo dos seus concorrentes, porém com uma série de tributações essa iniciativa vai sendo cortada com uma foice em terras tupiniquis.

E se até agora falamos de possíveis tributos que ainda irão ser ou não aprovados ( com uma probabilidade gigantesca de serem realmente aprovados), temos o dolár que é um elemento real e que está em ação para encarecer tudo, qualquer produto, seja do âmbito tecnológico ou não. Porém se tratando de tecnologia, as coisas são bem dolorosas, se atualmente muitos usuários acham um absurdo que a placa de vídeo GTX 950 tenha quase mesmo preço da GTX 960, sendo que a primeira é inferior, irá sentir a mão pesada do mercado, quando um novo lote de placas chegar ao Brasil para ser vendida, com o preço reajustado, tornando a diferença realmente cruél. 

E isso vale para outras peças, como por exemplo as unidades de estado sólido, os SSDs, que desde o ínicio de agosto a Receita Federal determinou que produtos Flash NAND (categoria em que se encaixa os SSDs) deveria seguir a mesma receita que os cartões de memória e pendives. Então caro leitor o Imposto de importação dos SSDs que era de 8% passa agora para 16% e IPI (Imposto sobre produtos industrializados) que era de 10% agora é de 15%.  O resumo da obra é o seguinte; PRODUTOS AINDA MAIS CAROS.

O colega Onildo Henrique, publicou um texto interessante aqui em nosso site, mostrando alguns pontos em que a crise financeira dá margem a novas oportunidades na área do hardware e manutenção de computadores. Esse ponto de vista é bastante interessante e válido, porque atualmente a grande maioria dos consumidores acaba preferindo tentar de alguma forma realizar algum reparo, do que adquirir um produto novo, devido aos inúmeros problemas citados. 

Com essa situação, alguns novos técnicos ou aspirantes a tal engatilham novamente alguns servicinhos, pena que olhar desse ponto de vista acaba agindo como uma forma de “aceitar” os problemas que estamos passando. 

Claro que alguns setores continuam crescendo em meio a crise, como o agronegócio que obteve R$ 76 bilhões movimentados no segundo trimeste do ano. Porém a grande maioria dos setores e dos empresários ainda estão tendo que enfrentar novas formas de tentar driblar a crise e ao governo que continuará agindo de artifícios para tirar o Brasil desse verdadeiro lamassal.

Realmente a presidente acertou quando disse que o remédio seria amargo, bem amargo…

 

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Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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