Athlon II X2 e Athlon II X4

Athlon II X2 e Athlon II X4

Com o lançamento da plataforma Core e agora com os Core i7 e Core i5, a AMD foi obrigada a voltar a competir com a Intel com base no custo, assim como fez na época do K6-2. Embora baixar preços seja sempre um processo doloroso para o fabricante, os cortes são sempre boas notícias para quem compra, principalmente se lembrarmos que as quedas nos processadores da AMD também ajudam a manter os preços da Intel sob controle.

Durante um bom tempo, a AMD continuou vendendo os antigos Athlon X2 de 65 nm (ainda baseados na arquitetura K8) como processadores de baixo custo, posicionando os Phenom X4 e X3 como processadores de médio custo. Com o aumento da pressão por parte da Intel, a AMD foi obrigada a lançar versões dual-core do Phenom, o que deu origem à serie Athlon X2 7xxx.

Diferente dos modelos anteriores, que eram descendentes do Athlon 64 original, os Athlon X2 7xxx são versões castradas do Phenom B3, com apenas dois dos núcleos ativos. A dose foi repetida com os Phenom II X2 que, novamente, são versões castradas do Phenom II original, com dois dos núcleos desativados.

Produzir um processador quad-core para no final desativar dois dos núcleos e vendê-lo como um processador dual-core de baixo custo não é uma estratégia de vendas muito sustentável. No início, o volume de chips com defeitos podia ser suficiente para justificar a manutenção da linha Phenom X2, mas conforme a técnica de produção foi sendo refinada, o volume de chips com defeitos passou a ser cada vez menor, fazendo com que a AMD tivesse cada vez mais Phenoms X4 e cada vez menos Phenoms X3 e X2.

Não faria muito sentido desativar núcleos em processadores saudáveis para manter a linha de baixo custo e também não seria prudente tirá-la do mercado, dando espaço para a Intel dominar o nicho com os Pentium E e Celerons.

Tendo isso em mente, a AMD se apressou em desenvolver um processador dual-core de baixo custo baseado no processo de 45 nanômetros (codenome Regor), dando origem ao Athlon II X2. Ele é basicamente uma versão simplificada do Phenom II com apenas 2 núcleos (cada um com 1 MB de cache L2) e sem cache L3:

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A dieta resultou em um chip com apenas 234 milhões de transístores (menos de um terço dos 758 milhões do Phenom II X4), que ocupa uma área de apenas 117 mm² e possui um custo de produção bastante baixo. Na época de lançamento, o X2 250 (a versão mais cara, de 3.0 GHz) custava apenas US$ 87 nos EUA, disputando diretamente com o Pentium E5400 (de 2.7 GHz), que embora ofereça um consumo elétrico mais baixo, é consideravelmente mais lento na maioria dos aplicativos.

A política agressiva de preços da AMD com o Athlon II X2 obrigou a Intel a reagir, reduzindo os preços de diversos modelos e atualizando a linha com a série Celeron E3000, um processador dual-core produzido usando a técnica de 45 micron, que possui 1 MB de cache L2 compartilhado e inclui suporte ao Intel VT e ao EIST. Embora ele não seja capaz de competir diretamente com o Athlon II em desempenho, ele é bem superior ao Celeron E1000 (com seus ridículos 512 KB de L2) e continua sendo muito barato, mostrando os milagres que um pouco de competição pode fazer.

De volta ao Athlon II, a remoção do cache L3 resultou em uma perda considerável de desempenho, mas ele é parcialmente compensado pelo aumento no cache L2. Sem o cache L3, o tempo total de um acesso à memória também é reduzido, já que o processador pode iniciar o acesso logo depois que não encontra os dados nos caches L1 e L2, sem precisar procurar também no L3.

Esses dois fatores fazem com que a perda de desempenho seja menor do que poderia parecer à primeira vista, mas ainda assim a ausência do L3 faz falta, fazendo com que o desempenho por ciclo de clock do Athlon II seja não apenas inferior ao do Phenom II X2 (que possui um generoso L3 de 6 MB), mas também ligeiramente inferior ao do antigo Athlon X2, que apesar de utilizar apenas 512 KB de L2 por núcleo, possui um cache L3 compartilhado de 2 MB. A queda no desempenho e entretanto mais do que compensada pela maior frequência de operação dos chips, já que o Athlon II foi lançado em versões de 2.9 GHz em diante. Você pode ver alguns benchmarks no:

Por ser baseado no Phenom II, o Athlon II X2 herda as outras melhorias trazidas por ele, incluindo o uso do soquete AM3 e os estágios adicionais de frequência do Cool’n’Quiet. Com apenas dois núcleos, a margem de overclock é também um pouco maior, o que pode ser usado para compensar parte da diferença no desempenho em relação aos Phenom X4. Com um bom processador, você pode conseguir de 3.6 a 3.8 GHz em um Athlon II X2, o que não é nada mal para um processador de baixo custo.

Inicialmente, a AMD lançou apenas três modelos do Athlon II X2, mas aproveitou para caprichar nas frequências de operação, posicionando os chips com boas alternativas para quem usa o PC predominantemente para jogos e outros aplicativos sem otimização para processadores quad-core, tarefas onde eles acabam sendo mais rápidos que os Phenom II X3 e X4 de clock mais baixo:

Athlon II X2 250: 3.0 GHz, 2x 1 MB, 65 watts (AM3)
Athlon II X2 245
: 2.9 GHz, 2x 1 MB, 65 watts (AM3)
Athlon II X2 240
: 2.8 GHz, 2x 1 MB, 65 watts (AM3)

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