Acho C902: Análise de um tablet 5′ de 134 reais

Acho C902: Análise de um tablet 5′ de 134 reais
Como argumentei no artigo sobre a febre dos tablets, a queima de estoque do HP TouchPad mostrou que existe sim um enorme mercado para os tablets, entretanto, ele não está nos tablets de US$ 500 que temos atualmente no mercado, mas sim em tablets de baixo custo, que custem na faixa dos 100 a no máximo 200 dólares. Por enquanto os únicos que estão conseguindo lançar tablets nessa faixa de preço são fabricantes chineses, que estão ganhando terreno rapidamente. Embora não existam estatísticas oficiais, acredita-se que as vendas já estão na casa das dezenas de milhões, possivelmente já rivalizando com as do iPad. Isso nos leva à análise de hoje, do Acho C902, um tablet com tela de 5″, que pode ser encontrado online por pouco mais de US$ 80.

Embora muitos já estejam dizendo que os os tablets são uma febre passageira, que está prestes a passar, eles continuam vendendo aos milhões, contando agora até mesmo com uma política de incentivos por parte do governo. Não apenas os fabricantes estão desesperados em fazerem os tablets darem certo, para assim poderem abrir uma nova frente de vendas, mas também algumas figuras ilustres no palácio do planalto os estão transformando em bandeira política.

Como argumentei no artigo, a queima de estoque do HP TouchPad mostrou que existe sim um enorme mercado para os tablets, entretanto, ele não está nos tablets de US$ 500 que temos atualmente no mercado, mas sim em tablets de baixo custo, que custem na faixa dos 100 a no máximo 200 dólares. Basta ver o caso do HP Touchpad: um tablet descontinuado, que estava tendo vendas pra lá de medíocres mesmo depois que a HP baixou o preço de US$ 499 para US$ 299, esgotou em apenas dois dias quando o preço foi baixado para US$ 99 e US$ 149.

Como os tablets ficam espremidos entre os notebooks e os smartphones, sofrendo concorrência de ambos, é normal que as pessoas pensem duas vezes antes de gastar 1500 ou 2000 reais em um. Até o momento, o publico alvo dos tablets tem sido o público de maior poder aquisitivo, que já tem um notebook e um smartphone, e resolve comprar também um tablet por questão de status ou por curiosidade. Em geral, eles acabam optando pelo iPad ou iPad, que são os modelos com maior exposição na mídia e passam o restante do tempo tentando achar utilidades para ele.

Entre os usuários “normais”, bem como entre o público da área de tecnologia em geral temos visto reações um pouco mais cautelosas, em geral divididas entre os céticos, que estão esperando para ver se os tablets realmente vão se popularizar e ganhar mais aplicativos “úteis” antes de pensar em comprar um e os que tem algum interesse, mas estão esperando os preços baixarem. Tablets mais baratos não teriam problemas em dominar ambas as categorias, já que mesmo quem já tem um notebook e/ou smartphone iria comprar um por curiosidade, daí a ideia de tablets baratos, custando entre 100 e 200 dólares ressurgir com tanta frequência.

Para os grandes fabricantes, não existe muito atrativo em disputar nessa faixa de preço, pois isso os obrigaria a desenvolver projetos com margens de lucro muito enxutas, por isso a maioria tem preferido insistir na faixa dos US$ 500, que embora resulte em vendas modestas, permite que trabalhem com uma margem de lucro muito superior.

Por enquanto os únicos que estão conseguindo lançar tablets nessa faixa de preço são fabricantes chineses, que estão ganhando terreno rapidamente. Embora não existam estatísticas oficiais, acredita-se que as vendas já estão na casa das dezenas de milhões, possivelmente já rivalizando com as do iPad. Naturalmente, muitos destes tablets são de baixa qualidade e por isso acabam sendo comprados por impulso e depois esquecidos, mas eles não deixam de ser motivo de interesse, já que se não são lá grande coisa na maioria dos casos, pelo menos são baratos.

A primeira geração de tablets chineses de menos de 100 dólares, como o Eken M001 eram baseados SoCs como o VIA VM8505, que incluía um processador ARM9 operando a 300 ou 350 MHz de acordo com a implementação. Se você leu minha análise do M001 deve se lembrar que não me impressionei muito com ele, já que ele era muito lento, carecia de um suporte adequado a arquivos de mídia, vinha com uma versão antiga do Android (ainda por cima sem suporte ao Market) e usava uma tela resistiva tão ruim que te dava vontade de arremessar o tablet na parede depois de alguns segundos de uso.

De lá pra cá, os chineses evoluíram bastante, beneficiando-se sobretudo do aparecimento de SoCs de baixo custo mais avançados, como os diversos modelos da Rockchip e Telechips, que têm oferecido diversos SoCs baratos, que combinam processadores ARM9 ou ARM11 com decodificadores de vídeo dedicados. Muitos são capazes de reproduzir vídeos 1080p e oferecem até mesmo saídas HDMI.

Isso nos leva à análise de hoje, do Acho C902, um tablet com tela de 5″, que pode ser encontrado online por pouco mais de US$ 80. Ele está à venda por US$ 84.50 na DX, por exemplo (SKU 72909), o que o torna um dos tablets mais baratos disponíveis no mercado atualmente. Novamente, ele foi dispensado sem conferência pela alfândega, o que resultou em um custo total de 134 reais, com 16 dias corridos de espera:

Ele é bastante compacto, medindo 13.7 x 8.6 x 1.3 cm. Pessoalmente, considero este formato de 5″ bastante atrativo para tablets, já que é prático de carregar (não é muito maior do que um smart grandalhão, como o Galaxy S II) e é ainda suficientemente confortável para ler e-books e histórias em quadrinhos, navegar na web e assistir vídeos, que acabam sendo a principal utilidade do tablet. Ele é também bastante leve, com apenas 163 gramas, menos do que um Motorola Milestone. Basicamente, a experiência de uso é a de um smartphone sem a parte de telefonia, que pode servir como um bom complemento para quem já carrega um celular mais simples.

Temos aqui uma comparação de tamanho com o Nexus S:

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